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Boletim Focus reduz expectativa de inflação para 2025 pela 2ª semana seguida

Boletim Focus reduz expectativa de inflação para 2025 pela 2ª semana seguida

Boletim Focus desta segunda (28) mostra nova queda na inflação de 2025 e estabilidade nas projeções de PIB, Selic e câmbio

O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (28) pelo Banco Central mostrou nova redução nas projeções de inflação para 2025, marcando a segunda queda consecutiva nas expectativas para o IPCA. Segundo o relatório, a mediana das previsões para o indicador recuou de 5,57% para 5,55%.

Para 2026, a projeção do IPCA foi elevada de 4,50% para 51%, enquanto para 2027 o indicador se manteve estável em 4%.

Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o IPCA-15, considerado a prévia da inflação, com o indicador marcando 0,43%, abaixo das expectativas do mercado. A variação representa uma desaceleração em relação a março, quando o índice havia avançado 0,64%.

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No acumulado do ano, o IPCA-15 chegou a 2,43%. Já a inflação acumulada em 12 meses atingiu 5,49%, acima da expectativa do consenso de 5,26% e dos 4,14% registrados no mesmo período do ano passado.

Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, ainda que o IPCA-15 tenha vindo dentro das expectativas, a composição do indicador ainda segue preocupante, especialmente nos núcleos da inflação.

O número é limpo, dentro do esperado, mas a abertura não trouxe boas notícias“, afirma. Segundo ele, houve surpresas tanto positivas quanto negativas: alimentos vieram acima do projetado, enquanto passagens aéreas, conhecidas pela volatilidade, apresentaram queda, o que neutralizou parte do impacto. Ainda assim, o economista alerta que essa dinâmica pode se inverter nos próximos meses.

Kautz chama atenção para a forte alta dos bens industriais, que subiram quase 0,80% no núcleo, movimento que pode estar ligado a pressões cambiais e indica uma aceleração relevante. Já os serviços continuam rodando em ritmo elevado, com núcleos anualizados próximos de 6%, o dobro da meta do Banco Central.

Para ele, esse comportamento mostra uma inflação inercial, resistente à desaceleração e que mantém o cenário de pressão. “Não houve melhora nos componentes mais sensíveis à atividade, que seguem bastante pressionados“, conclui.

Boletim Focus: PIB continua no mesmo patamar de semana passada

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o Boletim Focus manteve a expectativa de crescimento da economia em 2%. O crescimento esperado para 2026 também continou no mesmo patamar da semana passada, em 1,70%. Já para 2027, a projeção foi mantida em 2%.

No início de abril, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, subiu 0,40% em fevereiro, de 0,89% em janeiro. A expectativa do mercado era por leitura menor, de 0,2%. Em 12 meses, a alta é de 3,8% e, no ano, de 3,8%.

Diferentemente do PIB oficial divulgado pelo IBGE a cada três meses, o IBC-Br é divulgado todo mês, pelo Banco Central.

Analisando o resultado, Kautz descartou que a economia esteja entrando em uma espiral de desaceleração agressiva.

A gente continua achando que é uma desaceleração gradual, basicamente por ter tido alguns efeitos pontuais no quarto trimestre do ano passado, que não vão se repetir nesse início de 2025, e pelo fato também de que o agro deve ajudar bastante o resultado do PIB no primeiro trimestre de 2025“, afirma.

Câmbio se mantém praticamente estável

As projeções para o câmbio apresentaram estabilidade. Para 2025, o mercado manteve a estimativa do dólar em R$ 5,90. Em 2026, houve uma leve melhora, com a projeção recuando de R$ 5,96 para R$ 5,95. Para 2027, o valor esperado recuou para em R$ 5,86.

Segundo Alexandre Viotto, head de câmbio da EQI Investimentos, a semana passada foi atípica em termos de volatilidade cambial: “Foi uma semana que, para o dólar, não teve tanta volatilidade como nas anteriores“, afirmou.

Viotto destacou que a fala do presidente americano Donald Trump, mencionando supostas conversas com o presidente chinês Xi Jinping sobre a guerra comercial, teve impacto nos mercados, mesmo com a negativa por parte da China. “Só dele ter dito isso já deu uma aliviada no preço dos ativos mais arriscados“, avaliou.

Ele também apontou que o dólar operou em sintonia com o cenário internacional e que o real brasileiro acabou se destacando como uma das moedas que mais se valorizaram no período.

O real foi a estrela da semana“, disse, observando que parte desse desempenho se deve à mudança de tom no exterior, tanto nas declarações sobre a China quanto nas falas de Trump sobre o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.

Para esta semana, Viotto recomenda atenção contínua às sinalizações externas, especialmente no que diz respeito às possíveis negociações entre EUA e China.

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Selic permanece sem alterações

As expectativas para a taxa Selic continuaram estáveis. Para 2025, a taxa básica de juros deve encerrar o ano em 15% ao ano. Já para 2026, a projeção é de uma Selic em 12,50%, enquanto para 2027 a expectativa é de 10%.

Confira os principais dados divulgados pelo Boletim Focus desta semana:

Dados do Boletim Focus desta segunda-feira (28)
Banco Central