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BDRs listadas em Londres, Toronto e Amsterdã entram para a B3 (B3SA3)

BDRs listadas em Londres, Toronto e Amsterdã entram para a B3 (B3SA3)

A B3 (B3SA3) começou a negociar, nesta segunda-feira (21), 16 novos BDRs (Brazilian Depositary Recipts), que são os certificados de depósitos de ações. Este modelo de aplicação possibilita o investimento de pessoas físicas em  empresas listadas em bolsas internacionais, como é o caso das que foram adicionadas: Londres (London Stock Exchange), Amsterdã (Euronext) e Canadá (Toronto Stock Exchange).

Ao todo, a bolsa totaliza 827 BDRs em seu acervo, e destes, 671 estão agrupados nos Estados Unidos, 28 no Reino Unido e 21 no Canadá. Vale destacar, que a B3 ainda tem ativos em outros países da Europa, Ásia e América Latina.

BDRs: parceria aumenta diversificação

A parceria entre B3SA3, London Stock Exchange, Euronext e Toronto Stock Exchange simboliza um número maior de possibilidades, que garante o aumento da diversificação na carteira do investidor. Vale ressaltar, que as altas taxas dos juros tornaram o mercado brasileiro menos favorável para a renda variável.

Os Brazilian Depositary Recipts obtiveram destaque no último trimestre de 2021 e houve crescimento de 994% no  comparativo com o mesmo período em 2020, o que representa a marca de 1,4 milhão de investidores. Os melhores setores para adquirir BDRs em 2022 são: biotechs, petróleo e tecnologia.

BDRs em 2021: como foi o desempenho na bolsa brasileira?

Atualmente, já existem centenas de BDRs comercializados na bolsa brasileira, quase o dobro da quantidade de ações. Para Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos, os BDRs têm caído cada vez mais no gosto dos investidores brasileiros. “É uma forma de diversificação, e também de você se expor ao dólar. Essa tendência de procura por ativos internacionais deverá permanecer. Isso porque o cenário interno tem se tornado cada vez menos favorável à renda variável pela alta de juros”, observa.

Os mais valorizados em 2021

Os BDRs de empresas ligadas à biotecnologia, petróleo e tecnologia estão entre os que mais se destacaram em 2021. De acordo com levantamento da Economática, entre as biotechs, lideram o ranking BioNTech (B1NT34) e Moderna (M1RN34), com valorizações de, respectivamente, 350,1% e 239,5% no acumulado do ano até novembro.

Essa valorização se deve, basicamente, ao desenvolvimento da vacina contra a Covid-19, o que alavancou os resultados das empresas do segmento.

Quanto ao petróleo alguns nomes que chamaram atenção foram Marathon Oil (M1RO34), Diamondback Energy (F1AN34), Conocophillips (COPH34) e Devon (D1VN4), com valorizações entre 94% e 197% no acumulado até novembro, segundo a Economática.

O baixo investimento em estrutura produtiva para o setor aliado à rápida retomada da economia em alguns países provocou a escassez da commodity. Isso fez com que os preços disparassem em 2021. Desde o último ciclo das commodities em 2014, o barril do petróleo não atingia US$ 80, o que aconteceu no início de outubro de 2021. Isso beneficiou as petrolíferas e toda a cadeia produtiva ligada ao petróleo.

Já na tecnologia, os destaques foram as fabricantes de semicondutores. Empresas como Nvidia (NVDC34) e Advanced Micro Devices (A1MD4) se beneficiaram da escassez de chips, que gerou diversos gargalos produtivos no mundo todo.

Os menos favorecidos em 2021

Por outro lado, empresas ligadas ao turismo, meios de pagamento, e as que têm forte atuação na China e América Latina foram algumas das que mais sofreram em 2021.

Entre as piores performances, estão Alibaba (BABA34), Mercado Livre (MELI34) e empresas chinesas de tecnologia. No caso da China, as questões regulatórias do governo sobre as empresas assustam os investidores. E isso se reflete negativamente nos títulos dessas companhias.

No caso do Mercado Livre, segundo declarado pela Guide, a principal razão da queda é a concentração das atividades da empresa na América Latina. “Assim como as grandes empresas de e-commerce brasileiras, a empresa vem tendo dificuldade cada vez maior por aqui, por causa da inflação, juros mais altos e perda do poder de compra do consumidor. Tudo isso se reflete no seu desempenho. Na verdade, toda a América Latina tem sido um ambiente mais complicado para o comércio online nos últimos tempos”, avalia o analista.

Setores promissores para 2022

De qualquer forma, há segmentos que o investidor precisa manter no radar para 2022. Um deles continua sendo as biotechs. Setores como petróleo e tecnologia também deverão continuar em alta em 2022. Para Crespi, da Guide, o petróleo tem sido bastante resiliente para o investidor no mundo todo. “Tanto no Brasil quanto no exterior, essas companhias têm tido uma robusta geração de caixa. Além disso, o forte controle da OPEP sobre a produção e a redução de investimento em estrutura dessas empresas por causa de políticas ESG garante a oferta mais restrita, o que segura o preço alto”, disse o analista.

Quanto à tecnologia, a escassez de chips no mercado deve continuar beneficiando essas empresas. A Nvidia, por exemplo, é uma das principais fabricantes de peças utilizadas no metaverso, o que, possivelmente, torne seus papéis atrativos também em 2022.