O Banco Central (BC) divulgará nesta quinta-feira (10), às 18h, uma carta aberta ao Ministério da Fazenda para justificar o descumprimento da meta de inflação em junho. A publicação se torna obrigatória após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ultrapassar o teto da meta de 4,5% no acumulado de 12 meses.
De acordo com dados divulgados nesta manhã pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPCA subiu 0,24% em junho, uma leve desaceleração em relação a maio. No entanto, a inflação acumulada em 12 meses chegou a 5,35%, estourando o teto da meta em 0,85 ponto percentual. A meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, ou seja, entre 1,5% e 4,5%.
Com o novo resultado, a inflação oficial do país permanece fora da meta pelo nono mês consecutivo. O acumulado do ano já soma 2,99%.
Carta do Banco Central é prestação de contas
O presidente do BC, Gabriel Galípolo, é responsável por redigir e encaminhar a carta ao ministro da Fazenda e presidente do CMN, Fernando Haddad. O documento, exigido pelas regras do regime de metas inflacionárias, serve como prestação de contas e deve detalhar as razões que levaram ao estouro da meta, as medidas adotadas pela autoridade monetária e uma projeção de quando a inflação deverá retornar ao intervalo estabelecido.
A carta também marcará o primeiro posicionamento oficial de Galípolo sobre o tema desde que assumiu a presidência do Banco Central. Ele terá a missão de justificar não apenas o dado de junho, mas o estouro da meta em todos os seis meses do primeiro semestre de 2025.