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Ata do Copom confirma Selic em 13,75% por período prolongado

Ata do Copom confirma Selic em 13,75% por período prolongado

Na ata de sua 249ª Reunião, realizada na última quarta-feira (21), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) justificou a manutenção da taxa Selic em 13,75%.

Segundo a ata do Copom divulgada pelo BC nesta terça-feira (27), a decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para próximo da meta no horizonte de 2023 e (em menor grau) 2024.

“Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, afirma a ata.

O Copom se compromete ainda a ficar vigilante, avaliando se a estratégia de “manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado” será capaz de assegurar a convergência da inflação. E afirma que não hesitará em retomar as altas de juros, caso se faça necessário. Para a EQI Asset, a Selic deve ficar no patamar de 13,75% até, pelo menos, junho do ano que vem.

“O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”, enfatiza.

Saiba mais:

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Cenários externo e interno

Segundo o Coopm, o ambiente externo mantém-se “adverso e volátil”, com contínuas revisões negativas para o crescimento das principais economias, em especial para a China – que impacta diretamente o Brasil pela demanda reduzida de commodities.

“Os dados divulgados desde a última reunião do Copom reforçam a visão de que o mercado de trabalho americano, assim como de outras economias avançadas, segue aquecido. No entanto, a reversão de políticas contracíclicas nas principais economias, a continuidade da Guerra na Ucrânia, com suas consequências sobre o fornecimento de gás natural para a Europa, e a manutenção da política de combate à Covid-19 na China reforçam uma perspectiva de desaceleração do crescimento global nos próximos trimestres”.

O Copom ressalta preocupação especialmente com a inflação de serviços nos países desenvolvidos.

“Observa-se uma normalização incipiente nas cadeias de suprimento e uma acomodação nos preços das principais commodities no período recente, o que deve levar a uma moderação nas pressões inflacionárias globais ligadas a bens. Por outro lado, o baixo grau de ociosidade do mercado de trabalho nessas economias sugere que pressões inflacionárias no setor de serviços podem demorar a se dissipar”, afirma.

Já no ambiente doméstico, o comitê ressalta um Produto Interno Bruto (PIB) com crescimento acima do esperado no segundo trimestre e um mercado de trabalho com dados positivamente relevantes.

Tá, e aí?Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset

Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset classificou a ata como “neutra para dura”, basicamente mencionando que a alta de juros que os países desenvolvidos estão promovendo vai trazer a atividade para baixo, o que ajuda a inflação.

Porém, ela traz junto o risco de recessão global, que aumenta a aversão ao risco, levando à depreciação da moeda e dos ativos brasileiros, o que pode fazer com que a inflação suba ou fique mais volátil no curto prazo.

A atividade segue forte, o que dificulta a convergência da inflação para patamar mais baixo.

“O Banco Central indica que tem que monitorar muito o curto prazo para ver se estratégia adotada se segura ao longo do tempo e mantém a inflação em trajetória declinante. Consideramos que a taxa de juros não volta a subir, mas fica parada em 13,75% até meados do ano que vem, quando em junho começa um ciclo, de queda. A inflação não vai para a meta, mas para patamares mais baixos, viabilizando a Selic estável nos próximos meses”, afirma Kautz.

Para ele, o BC também vai precisar entender o que o próximo governo vai fazer em termos de política fiscal, seja eleito Lula ou Bolsonaro, o pode afetar as expectativas. “Nos primeiros meses do ano que vem, o BC não deve mexer nos juros também para observar as agendas prioritárias”, explica.

Ouça o áudio na íntegra:

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