O assessor de comércio do presidente dos EUA, Donald Trump, Peter Navarro, acusou os produtores brasileiros de aço de utilizarem o real desvalorizado e subsídios para exportação como forma de prejudicar concorrentes americanos.
Em declarações feitas ao site Fox Business nesta terça-feira (11), Navarro afirmou que o Brasil “explorou” a cota de aço semiacabado para exportar quase 4 milhões de toneladas métricas para os EUA em 2023, o equivalente a 14% do total das importações americanas desse material.
Segundo ele, indústrias dos EUA relaminavam as chapas de aço brasileiras para convertê-las em produtos acabados, o que impactava negativamente a produção interna do setor.
As críticas de Navarro reforçam a defesa das tarifas sobre importação de aço e alumínio anunciadas por Trump nesta semana. O assessor argumenta que as medidas visam corrigir impactos das isenções aplicadas pelo governo Biden, que, segundo ele, teriam anulado os efeitos das tarifas impostas no primeiro mandato de Trump.
“O resultado líquido foi a eliminação de quase todos os ganhos obtidos com as tarifas originais de Trump“, afirmou Navarro. Ele ressaltou que a nova política prevê a ampliação das tarifas para garantir que todas as importações, independentemente da origem, estejam sujeitas à tributação.
De acordo com Navarro, as novas medidas vão coibir mecanismos de evasão tarifária utilizados para burlar restrições comerciais.
“As tarifas de Trump 2.0 reprimem toda essa evasão tarifária, expandindo significativamente a cobertura tarifária para capturar a evasão de produtos derivados, mesmo que o processo de exclusão de produtos tenha sido eliminado“, destacou.
- Leia também: Trump oficializa tarifa de 25% sobre aço e alumínio
- Tarifas ao aço: Governo Lula pode taxar empresas de tecnologia se Trump avançar com a medida
Governo brasileiro ainda não se manifestou oficialmente sobre as taxas
Após o anúncio de ontem (10) sobre a taxação do aço, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo só vai se manifestar depois da decisão oficial dos EUA.
“O governo tomou a decisão de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas, não em anúncios que podem ser mal interpretados, revistos. Então, o governo vai aguardar a decisão oficialmente antes de qualquer manifestação”, disse Haddad a jornalistas.
Posteriormente, no X, Haddad fez um comentário sobre uma eventual retaliação brasileira aos EUA. “Para não deixar dúvida, não é correta a informação de que o governo Lula deve taxar empresas de tecnologia se o governo dos Estados Unidos impuser tarifas ao Brasil”, escreveu o ministro.
Você leu sobre aço. Para investir melhor, consulte os e-books, ferramentas e simuladores gratuitos do EuQueroInvestir! Aproveite e siga nosso canal no Whatsapp!