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Como a alta da Selic impacta as Micro e Pequenas Empresas

Como a alta da Selic impacta as Micro e Pequenas Empresas

A alta da Selic, principal instrumento da política monetária brasileira, tem impactos diretos na economia e nas micro e pequenas empresas (MPEs). Com o aumento dos juros no Brasil, o crédito fica mais difícil e o acesso ao capital de giro torna-se um problema. Além disso, o aumento dessa taxa eleva os custos do crédito, reduz o consumo e pode prejudicar investimentos, criando desafios significativos para empresários, especialmente no setor industrial.

De acordo com estudo da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), para as MPEs, a alta da taxa básica de juros encarece o acesso ao capital de giro e ao financiamento de novos projetos. Bancos passam a exigir garantias mais robustas e adotam políticas de crédito mais restritivas, dificultando a obtenção de recursos. Ao mesmo tempo, dívidas atreladas a juros variáveis se tornam mais caras, pressionando o fluxo de caixa e aumentando o risco de inadimplência.

Com o crédito mais caro e menos acessível, muitas empresas acabam adiando ou cancelando investimentos em expansão, modernização e aquisição de bens de capital, o que compromete sua competitividade no mercado.

Alta da Selic: custos operacionais em alta

A elevação da Selic também aumenta os custos operacionais. Fornecedores enfrentam custos financeiros mais elevados, repassando parte dessas despesas aos compradores. Esse cenário reduz as margens de lucro das MPEs. Além disso, em um ambiente de juros altos, a inadimplência cresce em toda a cadeia produtiva, impactando negativamente a saúde financeira das empresas.

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De acordo com João Baptista de Lima Guimarães, analista do Núcleo de Acesso ao Crédito (NAC) da Fiep, algumas estratégias podem ajudar as MPEs a contornar os desafios.

Primeiramente, evitar o endividamento desnecessário é essencial. Antes de contrair dívidas, as empresas devem priorizar ajustes internos e buscar soluções alternativas para suas necessidades financeiras.

Outra medida importante é buscar linhas de crédito subsidiadas. Bancos de desenvolvimento, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), oferecem opções com condições mais vantajosas, especialmente para investimentos de longo prazo.

Os empresários também devem optar por financiamentos de longo prazo, que geralmente possuem juros mais baixos do que linhas de crédito de curto prazo, como capital de giro. Além disso, negociar com fornecedores e clientes pode aliviar o fluxo de caixa: alongar prazos de pagamento e antecipar recebíveis são práticas recomendadas.

Por fim, otimizar a gestão financeira é indispensável. Reduzir desperdícios, melhorar a eficiência operacional e manter um controle rigoroso do fluxo de caixa ajudam a minimizar os impactos da alta dos juros.

O papel do governo

Para reduzir os impactos da alta da Selic, o governo e as instituições financeiras podem adotar medidas específicas. A ampliação de programas de crédito subsidiado, voltados para inovação e produtividade, é uma delas.

O fortalecimento de mecanismos de garantia, como fundos garantidores e sociedades de crédito, também é essencial. Esses instrumentos reduzem o risco de inadimplência e, consequentemente, os custos do crédito. Além disso, programas de renegociação de dívidas podem oferecer condições mais favoráveis para que as empresas reestruturem seus passivos e aliviem a pressão sobre o fluxo de caixa.

No começo deste mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) subiu a Selic em 50 pontos-base, de 10,75% para 11,25%, em decisão amplamente aguardada pelo mercado.

Esta foi a segunda alta consecutiva de um novo ciclo de alta – lembrando que, em 18 de setembro, a Selic sofreu um primeiro ajuste para cima, de 25 pontos-base, depois de ficar estacionada em 10,50%, logo após um ciclo de sete cortes sequenciais da taxa.

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