Os conservadores da União Democrata Cristã (CDU) venceram, neste domingo (23), as eleições parlamentares na Alemanha, consolidando-se como o maior partido do Bundestag. O pleito também marcou um crescimento histórico da extrema direita, representada pelo Alternativa para a Alemanha (AfD), que se tornou a segunda maior força no Parlamento.
O Partido Social-Democrata (SPD), do atual chanceler Olaf Scholz, sofreu uma derrota significativa, caindo para a terceira posição e perdendo 86 cadeiras em relação à última eleição. A CDU, liderada por Friedrich Merz, conquistou 208 assentos, 11 a mais do que em 2021, enquanto o AfD aumentou sua representação para 152 cadeiras, um crescimento de 69 assentos.
Resultados e formação do governo
A composição do novo Parlamento alemão ficou assim distribuída:
Partidos | Cadeiras em 2025 | Cadeiras 2025 x 2021 |
CDU | 208 | +11 |
AfD | 152 | +69 |
SPD | 120 | -86 |
Partido Verde | 85 | -33 |
A Esquerda | 64 | +25 |
SSW | 1 | – |
Embora tenha vencido, a CDU não obteve maioria absoluta, o que significa que Friedrich Merz precisará formar alianças para governar. Durante a campanha, Merz descartou qualquer possibilidade de coalizão com o AfD, mas sua posição sobre a imigração levantou suspeitas de que poderia rever essa decisão.
A formação do novo governo pode levar meses, pois depende de negociações entre as siglas para garantir a maioria parlamentar necessária. Caso as tratativas fracassem, novas eleições poderão ser convocadas.
Alemanha: colapso do governo Scholz e impacto político
A derrota do SPD reflete a crise política que culminou na queda do governo de Olaf Scholz. Em novembro, a demissão do ministro das Finanças levou à renúncia dos demais ministros liberais, deixando o governo sem maioria no Bundestag. A situação se agravou com uma moção de censura reprovada no Parlamento, o que levou o presidente alemão a convocar eleições antecipadas.
A ascensão do AfD também é um marco significativo. Com 20,5% dos votos, o partido teve o maior crescimento desde sua fundação e tornou-se a maior força de extrema direita na Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial. A legenda, investigada por extremismo e acusada de ligações com movimentos neonazistas, enfrenta resistência das demais siglas para formar alianças.
Eleição e impactos na Europa
A participação no pleito foi de 83%, considerada alta para um país onde o voto não é obrigatório. O resultado da eleição pode influenciar o futuro da União Europeia, principalmente em relação à guerra na Ucrânia e ao posicionamento da Alemanha frente aos desafios impostos por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.
Com o novo Parlamento formado, o próximo chanceler será escolhido a partir de indicações partidárias e votações internas no Bundestag. A incerteza sobre a formação do governo e a ascensão da ultradireita adicionam um novo capítulo à política alemã, com possíveis repercussões para toda a Europa.
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