Em mais um capítulo da Crise na Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, voltou a falar nesta sexta-feira (18), que a Rússia poderá invadir o país vizinho. Porém, ainda deixou uma porta aberta para a diplomacia, ao mesmo tempo em que fez duras ameaças ao presidente russo, Vladimir Putin.
Mais cedo, saíram notícias na imprensa de que o exército da Ucrânia atacaria forças separatistas em Donbass. Mas Biden informou que não vê sentido em supor que esse seria um ataque ucraniano, mas na verdade uma ofensiva russa à região.
Biden disse que não irá enviar tropas. Porém, concordou com líderes europeus em endurecer sanções contra Moscou. “Estamos prontos a aplicar sanções”, disse ele.
Em paralelo, informações de agências de notícias da Rússia informaram que ocorreram explosão em um gasoduto no leste da Ucrânia. Além disso, milicianos separatistas do leste do país – pró-Rússia – teria anunciado uma retirada de civis da região em direção ao território russo.
Crise na Ucrânia: violações de cessar-fogo na fronteira leste
Poucos antes do discurso de Biden, o governo ucraniano e a mídia estatal russa trocaram acusações de violações de cessar-fogo. Segundo a CNBC, forças ucranianas disseram que registraram 45 violações.
Estas violações teriam o uso de armas consideradas proibidas pelos acordos de Minsk, que tem evitado uma guerra na região entre 2014 e 2015, quando a Rússia tentou anexar a Criméia, então de domínio ucraniano.
Por outro lado, a agência estatal russa RIA estaria acusando a Ucrânia de lançar três bombardeios contra separatistas.
Entenda a crise
A questão é geopolítica e diz respeito também ao encolhimento dos EUA como maior potência econômica e militar do planeta. Ou seja, Rússia e China se mexem para ocupar os espaços que o Tio Sam vai abrindo mão.
Outro ponto que explica toda essa situação está ligada diretamente à China que, ao que tudo indica, será a principal potência econômica e militar do planeta em poucas décadas.
Os cinco países mais ricos do mundo, segundo ranking do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado em 2021 e com base no Produto Interno Bruto (PIB), são EUA, China, Japão, Alemanha, e Reino Unido. O primeiro registrou PIB de US$ 20,9 trilhões no ano passado, enquanto o segundo marcou US$ 14,7 trilhões.
Voltando a Hong Kong, o governo russo diz que Putin e Xi apresentarão uma declaração após o encontro sobre a “visão conjunta” que os dois países têm na área de segurança internacional e que vários acordos devem ser assinados durante a visita, inclusive um para o setor estratégico do gás.
Acontece que os EUA ameaçam a Rússia com sanções econômicas, caso esta invada a Ucrânia, sendo uma delas o cancelamento por parte da União Europeia do abastecimento de gás vendido por Putin.
Porém, se a China se comprometer a comprar o gás — e o país de Xi Jinping tem potencial para consumir toda a produção russa, ou boa parte dela, acabará ajudando a equilibrar as contas de Putin e diminuindo ou até eliminando a dependência dos europeus.