A inflação de abril nos EUA (Estados Unidos), medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC ou CPI em inglês), subiu 0,3%. O resultado está acima das expectativas do mercado, que esperava 0,2%. O índice segue próximo ao maior nível registrado de inflação da economia americana desde 1982.
Os dados foram publicados, nesta quarta-feira (11), pelo Bureau of Labor Statistics (Departamento de Trabalho dos Estados Unidos).
Em relação ao índice acumulado dos últimos 12 meses, a inflação americana conta com uma taxa de 8,3%, também acima do que o mercado esperava 8,1%.
Já o núcleo do CPI teve alta de 0,6%, acima da projeção do mercado, que esperava 0,4%. Enquanto que o resultado anual foi de 6,2%, acima da expectativa, que foi de 6,5%.
De acordo com o BLS, os produtos que influenciaram o resultado mais alto em abril foram gastos com moradia, alimentação, passagens aéreas e veículos novos. Por outro lado, o custo da energia caiu, com destaque para o recuo de 6,1% no preço da gasolina, que compensou os avanços de gás natural e eletricidade.
O que o BTG Pactual (BPAC11) pensa sobre os dados do CPI, a inflação dos EUA
Os analistas da equipe de Research do BTG Pactual (BPAC11) explicam que a leve desaceleração no CPI, a inflação dos EUA, é um reflexo na acomodação dos preços de commodities, após forte avanço das pressões inflacionárias. Além disso, é preciso destacar a deflação, queda nos preços, na energia.
“Nesse sentido, o movimento do headline reflete a deflação em Energia (-2,7% m/m), especialmente para Commodities energéticas (-5,4% m/m) e Gasolina (-6,1% m/m), influenciados pela acomodação do preço do Petróleo no mercado internacional”, informa o relatório do banco de investimentos.
Os dados do CPI revelam a manutenção da pressão nos preços dos alimentos, que sofreu alta de 0,9% m/m, atingindo 9,4% em 12 meses.
Por sua vez, a leitura do núcleo do CPI subiu acima do que era esperado pelo mercado por conta do comportamento de itens, como a Habitação e Serviços, que mantiveram um qualitativo negativo e disseminado.
Este comportamento foi observado porque esses itens mais sensíveis à política monetária e que devem ter maior atenção.
Tá, mas e daí para o investidor?
Os analistas alertam que embora tenha uma aparente acomodação nos preços das commodities, a inflação americana ainda sofre com a tendência altista no curto prazo. Este fenômeno pode ser entendido em dois sentidos:
- Na oferta, ainda há a “dificuldade de retomada de oferta das cadeias produtivas, em especial por efeito China, deve seguir impactando os Bens Industriais”;
- Na demanda, o mercado de trabalho ainda tem uma relação de quase duas vagas para cada desempregado. Com isso, há pressões relevantes sobre os salários e, consequentemente, nos preços dos serviços.
Ainda é preciso ressaltar sobre o comportamento da Habitação, que deve manter uma pressão altista nos preços até setembro.
Em relação à leitura da taxa acumulada, o BTG Pactual informa que a inflação atingiu o seu pico em abril e que há espaço para se acomodar em maio e junho por efeito base de 2021. Todavia, há expectativa do arrefecimento da inflação na métrica anual e que ela pode ocorrer de forma gradual.
“Nesse sentido, ainda consideramos uma inflação com qualitativo negativo e de maior persistência, o que contribui para o nosso cenário de fed funds rate no intervalo de 3%-3,25% no final deste ano, acima do que o mercado precifica”, aponta o relatório do BTG.
Para finalizar, os analistas relatam que é preciso analisar a “sensibilidade dos membros do FOMC ao novo número para a calibragem da discussão de alta de 75bps, que retornou para a mesa, mas não é cenário base”.
Com isso, o cenário indica que o CPI no final do ano estará acima de 5%.
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