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CPI: inflação dos EUA sobe em março e atinge o pior índice anual desde 1981

CPI: inflação dos EUA sobe em março e atinge o pior índice anual desde 1981

A inflação de março nos EUA, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC ou CPI em inglês), subiu 1,2%, pouco abaixo do consenso do mercado, que era de 1,1%. Em fevereiro, o indicador registrou uma taxa de 7,9%. Essa variação revela o maior ganho mensal de um mês para o outro desde setembro de 2005. 

Os dados foram publicados, nesta terça-feira (12), pelo Bureau of Labor Statistics (Departamento de Trabalho dos Estados Unidos).

Em relação ao índice acumulado dos últimos 12 meses, a inflação americana conta com uma taxa de 8,5%, também abaixo da expectativa, que esperava 8,4%. Com este resultado, o CPI de março registrou a maior alta anual desde dezembro de 1981.

Já o núcleo do CPI tem alta de 0,3% m/m, abaixo do esperado pelo mercado, e de 6,5% a/a, em linha.

CPI: dados de inflação dos EUA

Este aumento aponta que foi o sexto mês consecutivo de altas nas leituras anuais do CPI ao norte de 6%, seguida de dados mostrando força no mercado de trabalho. 

De acordo com Bureau of Labor Statistics, o resultado do CPI foi influenciado pelo aumento nos preços da gasolina. O combustível sofre um reajuste histórico e alcançou a marca de US$ 4,33 por galão. Além dele, alimentos e serviços também contribuíram para o aumento da inflação. 

A Guerra na Ucrânia promoveu um aumento global nos alimentos, já que a Rússia e a Ucrânia também são grandes exportadores de commodities. 

Com a manutenção da inflação mais forte nos EUA, os dirigentes do Federal Reserve (Fed) devem endurecer ainda mais o seu discurso e iniciar as tratativas para o aumento na taxa de juros. 

O que o BTG Pactual pensa sobre a inflação dos EUA

A equipe de Research do BTG Pactual (BPAC11) relata que a inflação dos EUA está em linha do que era esperado, mas ainda é preciso destacar que o número é atípico para a economia norte-americana. 

Os analistas explicam que o resultado de março reflete o forte aumento nos preços das commodities, principalmente nas energéticas e alimentícias. Além deles, os dados do BLS também indicam uma inflação persistente em habitação e serviços. 

O único contrapeso do resultado foi em relação ao mercado de veículos usados, que apresentou deflação no período pesquisado. 

“Nesse sentido, o movimento reflete a pressão em energia (11,0%), com destaque para a aceleração vinculada às commodities (18,1%) e aos Combustíveis (22,3%), influenciados pelo avanço dos preços dos materiais básicos no mercado internacional diante da deterioração do ambiente geopolítico global.  Além disso, Alimentos avançou 1,0%, com destaque para Alimentação no Domicílio. Energia e Alimentos contribuíram com 0,95 p.p. do resultado”, informa o relatório do BTG

Tá, mas e aí?

O BTG Pactual analisa que a manutenção dos preços mais altos das commodities ainda devem impactar nas leituras futuras do CPI, mas com menor impacto. Outro fator que deve influenciar a inflação dos EUA é o mercado de trabalho mais apertado, visto que ele ainda pressiona os salários e, consequentemente, os preços. 

A habitação é outra área para ainda ficar de olho, continua o relatório do BTG. Visto que há um potencial de pressão bem altista nos preços em 2022. Além disso, o novo choque nas cadeias produtivas ao longo de março, principalmente pela crise sanitária na China, deve revelar uma nova pressão em maio.

Embora o cenário atual seja bem desafiador, a taxa mensal tem uma tendência de desaceleração a partir de abril. De acordo com os analistas, a menor contribuição de energia deve arrefecer a pressão inflacionária, que pode ter tido o seu pico agora em março. 

“Nesse sentido, a despeito do número menor para o núcleo, ainda consideramos uma inflação com qualitativo negativo e de maior persistência, o que deve contribuir para o speech de alta de 50 bps em maio, bem como manter o cenário de CPI no final do ano mais próximo de 5% do que de 4%”, conclui o relatório.

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