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BTG (BPAC11) mantém neutralidade para ações da Petrobras (PETR4), após troca da presidência

BTG (BPAC11) mantém neutralidade para ações da Petrobras (PETR4), após troca da presidência

O BTG Pactual (BPAC11) divulgou nesta terça-feira (24), a sua posição sobre o novo CEO da Petrobras (PETR4). Caio Mário Paes de Andrade foi indicado ao cargo para o lugar de José Mauro Ferreira Coelho, demitido após cerca de 40 dias no cargo. A instituição financeira mantém a sua posição de neutralidade e recomenda como preço-alvo os R$41. 

Troca inesperada de CEO na Petrobras

Menos de dois meses após a nomeação de José Coelho, o CEO da Petrobras foi demitido e em seu lugar assume Caio Mário Paes de Andrade.

Com esta mudança, Andrade se torna o quarto a ocupar o cargo durante o atual governo e o terceiro a assumir o posto somente em 2022. A decisão acontece duas semanas depois da nomeação de um novo ministro das Minas e Energia, Adolfo Sachsida.

Segundo o documento, o BTG enxerga a empresa como boa, mas com muitos riscos envolvidos pela sua relação direta com o governo, preferindo investir em outros ativos no ramo do petróleo.

“Os riscos mais relevantes para nossas projeções concentram-se na capacidade da Petrobras em aumentar sua produção de petróleo e gás, sua capacidade de manter os preços de combustíveis domésticos altos o suficiente para manter a lucratividade de seus ativos de refino e a taxa de câmbio brasileira”, destaca o relatório do BTG.

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BTG avalia que inflação e diesel foram decisivos para demissão

O BTG avalia que a pressão para a troca de Coelho começou a aumentar logo após o último aumento do diesel, anunciado pela empresa algumas semanas após sua chegada. No entendimento do banco, aumentos de preços em setores tão relevantes para a sociedade não serão mais tolerados em meio ao atual cenário inflacionário.

“[A decisão] reforça o quão desafiador se tornou encontrar um ponto de equilíbrio entre a participação do acionista controlador da Petrobras e o próprio estatuto social da empresa”, explica o relatório do BTG.

Embora a governança corporativa da Petrobras tenha evitado interferir diretamente nestas mudanças, o BTG Pactual avalia que este posicionamento pode mudar:

”O novo CEO enfrenta um dilema difícil: como preservar seu próprio emprego seguindo as políticas da empresa e sem comprometer a disponibilidade de combustível do Brasil? Acreditamos que trazer os preços para o IPP (paridade internacional de preços) é importante para manter uma oferta saudável de combustíveis para o país, que depende de importações para que a oferta seja suficiente para atender a demanda”, defende a instituição financeira.

Pontos de alerta para Petrobras

Para o BTG, o principal ponto de alerta para a Petrobras é que os mecanismos de proteção da empresa contra a inflação comecem a ser ineficientes:

“O governo está cada vez mais consciente de que tem pouco a fazer sobre as decisões diárias da empresa e que o ônus político associado aos altos preços dos combustíveis recai quase inteiramente sobre ele”, explicou.

Mudança no estatuto

Muito se questiona se estas ações poderiam gerar uma mudança mais drástica no estatuto. Investidores otimistas poderiam apostar que toda essa pressão sobre a Petrobras poderia fortalecer a tese de uma possível privatização, minimizando “o governo do escrutínio sobre seu poder limitado de controlar a inflação dos combustíveis”. Para o BTG, essas é uma probabilidade improvável, principalmente em ano eleitoral.

O que esperar do futuro?

Há semanas a mídia especializada especula que as mudanças governamentais devem ir além da Petrobras, o que seria um ponto negativo para o investidor da petrolífera:

“Acreditamos que, se concretizado, isso seria recebido negativamente pelos investidores. A preservação da maior parte da equipe de gestão nas mudanças anteriores do CEO foi uma medida muito necessária para fornecer algum senso de continuidade. Qualquer mudança nisso pode corroer ainda mais a percepção de risco”, defende o relatório da BTG.

“Notamos que o comunicado do Ministério da Energia de ontem à noite menciona que deve buscar um setor de energia mais equilibrado para que as condições necessárias para o crescimento do emprego e da renda sejam mantidas. Para nós, parece que o governo está buscando uma nova maneira de equilibrar as políticas de Petrobras com o objetivo de evitar novos aumentos nos preços dos combustíveis”, defende.

Avaliação sobre Paes de Andrade

Para o BTG, Paes tem uma forte formação educacional e uma trajetória profissional que está amplamente associada ao governo e aos serviços públicos, o que seriam pontos positivos a favor do novo CEO da petrolífera.

No entanto, pouco se sabe sobre o que ele pensa da Petrobras e/ou como ele pretende posicionar a empresa, equilibrando o seu papel social papel como um grande player no mercado local de combustíveis e ainda agradar os acionistas.

BTG reforça posição neutra

O banco entende que os mecanismos de proteção da empresa funcionaram até agora para evitar uma interferência mais direta do governo sob a empresa, mas ainda vem o ativo como de alto risco. O evento de ontem corrobora com a tese de que as ações são altamente voláteis, além do fato de que estas mudanças bruscas fazem com que os investidores percebam um alto risco associado à continuidade do fluxo de dividendos.

A Petrobras está exposta a uma série de riscos em suas atividades que incluem:  

  • (i) risco de exploração em seu portfólio de exploração de petróleo;
  • (ii) risco de execução em nova produção e ativos downstream;
  • (iii) riscos de preço de commodities em seus negócios de marketing e negociação; e
  • (iv) riscos administrativos devido a um potencial mudança na administração que a empresa enfrenta a cada quatro anos, de acordo com as eleições presidenciais do Brasil.

Para o BTG, situações como ontem fazer entender o motivo da Petrobras continuar cotada ao preço que está atualmente e reafirma a opinião de neutralidade:

[a situação] ajuda a explicar porque a ação não conseguiu reavaliar e fechar a diferença de avaliação em relação a seus pares, mesmo após vários trimestres de resultados financeiros e operacionais positivos”, finaliza o relatório.

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