O BTG Pactual (BPAC11) divulgou nesta terça-feira (24) o relatório sobre o mais novo negócio da Cosan (CSAN3), que divulgou ontem que sua subsidiária de lubrificantes Moove assinou um acordo para adquirir a PetroChoice (PC) da Stryker por US$ 479 milhões. A recomendação é de compra com preço-alvo de R$39.
A PC distribui e comercializa mais de 240 milhões de litros de lubrificantes anualmente em 25 estados dos Estados Unidos (EUA) por mais de 50 centros de distribuição. A empresa representa 4,4% do valor de mercado da Cosan e está alinhada com a estratégia da empresa de crescer em negócios que já domina ou que enxerga vantagens competitivas sob os seus pares.
O documento da BTG alerta que embora a recomendação seja de compra da Cosan, é preciso estar atento aos riscos da empresa: riscos da indústria de commodities e as variações de câmbio.
Valuation interessante
Para o banco, o múltiplo de entrada de R$ 2.000/m3 para PC se mostra interessante, representando um desconto de 41% do NAV justo da Moove de de 3,4k/m3, tendo como base os resultados apresentados pela empresa em 2021.
“O múltiplo de entrada de R$ 2.000/m3 para PC parece atraente, a nosso ver. Isso representa um desconto de 41% para o NAV justo da Moove de 3,4k/m3 com base nos números de 2021. Assumindo que ambos os negócios geram margens operacionais semelhantes, pode haver espaço para potenciais sinergias”, informou trecho do relatório.
Considerando que os negócios geram margens de lucro operacional semelhantes, o BTG analisa que pode haver espaço para possíveis sinergias agora que os dois estão correlacionadas.
Abertura de capital
A administração da Cosan já deu a entender que pretende listar todas as suas subsidiárias em algum momento. Após abertura de capital da Rumo e da Raízen, a BTG avalia que esse processo deve acontecer gradativamente conforme as empresas forem amadurecendo e ganharem a escola necessária para se sustentar na bolsa de valores.
“Acreditamos que a aquisição da PC é um passo importante nessa direção para a Moove. Ela potencialmente adiciona US$ 70 milhões de EBITDA à Moove (assumindo margens semelhantes), aproximando-a de se tornar um negócio de EBITDA de R$ 1 bilhão. Junto com o Compass, achamos que o IPO da Moove pode vir em alguns anos”, defende o relatório do BTG.
Cosan tem crescimento acelerado
Segundo o documento, o crescimento que a Cosan tem apresentado nos últimos meses em tempos de aumento do custo de capital parece ter pesado no desempenho do preço das ações recentemente. Para o BTG, as recentes decisões de alocação de capital demonstram não só a racionalidade da empresa diante as decisões que precisa tomar, assim como preserva o seu balanço patrimonial.
“Juntamente com um histórico de execução testado pelo tempo, nos traz conforto para reiterar nossa posição positiva sobre o caso. Estimamos que o desconto de holding esteja agora em 20%. Negociando em uma relação P/L de um dígito, reiteramos nossa COMPRA”, defende o relatório do BTG.
BTG lista riscos de investir na Cosan
Além de enfrentar riscos típicos dos commodities relacionadas a volatilidade de preços, como, por exemplo, no açúcar e no etanol — área de distribuição e de produção da Cosan — o setor ainda é muito exposto à taxa de câmbio.
“O comércio internacional de commodities está sujeito a regulamentações, protecionismo e barreiras comerciais que podem afetar a capacidade de a empresa de vender seus produtos nos mercados globais. A Cosan também está exposta a secas e outras condições climáticas adversas que podem resultar em um declínio na produção”, aponta o relatório do BTG.
O documento ainda lembra que a empresa ainda sofre com os riscos por estar inserida no setor do etanol, que enfrenta riscos relacionados ao governo que podem afetar a competitividade da empresa.
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