Relatório do banco BTG Pactual (BPAC11) demonstra que a curva de perdas de energia será um fator importante na revisão tarifário da Light (LIGT3). A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou em dezembro, uma nota técnica preliminar sobre a próxima revisão tarifária da concessionária.
Para o banco, o tópico mais importante da revisão tarifária da Light é a definição de sua curva de perda de energia regulatória. O regulador deve definir seu ponto de partida, o ponto de chegada e a métrica usada para converter a energia medida em energia faturada.
A Light perde cerca de R$ 1 bilhão em ebitda por ano devido a ineficiências. Dos quais R$ 700 milhões são relacionados a perdas de energia, segundo o BTG.
BTG (BPAC11): nota da Aneel calcula horizonte até fim do ciclo de 2026
Na nota técnica preliminar, as perdas regulatórias não técnicas da Light foram definidas para começar em 39,52% e chegar a 36,92% ao final do ciclo em 2026 (vs. curva de perda regulatória atual de 36,06%).
Nesse cenário (e assumindo nenhuma melhora nas perdas atuais da Light de 53,8%), o banco estima que a perda de ebitda melhorará R$ 70 milhões no primeiro ano.
“Em um cenário extremo, onde não há melhorias no número de perdas preliminares da Aneel; e as perdas reais da Light não melhoram, estimamos o valor patrimonial da Light em quase zero. Em nosso modelo (R$ 18 preço-alvo), assumimos que a Light pode reduzir as perdas totais em aproximadamente 1% ao ano até 2026, reduzindo a lacuna para perdas regulatórias”, avaliou o relatório.
Como a revisão ainda está em fase de consulta pública, o banco espera que a empresa brigue por melhores condições. Um cenário mais positivo levaria a um ponto de partida de 51,18% e um ponto de chegada de 48%. Nesse cenário, a perda de ebitda com as perdas de energia cairia para R$ 277 milhões ao ano.
Portanto, mesmo que não haja melhorias nos esforços da Light no combate às perdas, a ação ainda valeria R$ 15. “Porém, se combinar esse cenário com o mesmo 1% ao ano. de redução nas perdas de energia, nosso preço-alvo sobe para R$ 31”, ressalta outro trecho do relatório.
Cenários
A questão principal é: quais variáveis ajustamos para chegar a esse cenário de alta? No entanto, a palavra final do regulador será a chave para determinar o futuro da Light. Se não houvesse nenhuma mudança significativa nos números preliminares, a Light precisaria ser mais eficiente no combate às perdas, caso contrário, não excluiria a necessidade de outro aumento de capital no futuro próximo.
“Pelas nossas contas, cada melhoria de 100 pontos-base nas perdas de energia (perdas não técnicas/baixa tensão), se traduz em um ebitda adicional de R$ 40 milhões para a Light”, conclui o relatório do banco.