O Banco Central Europeu (BCE) está preocupado com a alta da inflação no continente, mas ainda não há garantia de aumento da taxa básica de juros na próxima reunião, em junho. Revelada nesta quinta-feira (19), a ata da reunião de abril não faz compromissos textuais com a política contracionista.
A inflação acumulada dos últimos 12 meses está em 7,4%, bem acima da meta de 2% estabelecida pela equipe de política monetária. Mesmo o núcleo da inflação está perto dos 4% – cálculo que desconsidera os preços de energia, cuja volatilidade disparou com a guerra entre Rússia e Ucrânia.
A única promessa registrada na ata, porém, foi de encerrar no terceiro trimestre a compra de ativos, uma das saídas usadas durante a pandemia de covid-19 para manter a economia da região aquecida.
“Os membros expressaram amplamente sua preocupação com os números da inflação e compartilharam a opinião de que a normalização gradual da postura da política monetária deve ser continuada. Alguns membros consideraram importante agir sem demora excessiva”, registrou o BCE.
Conselheiros pressionam por ação rápida contra inflação
A ata deixa claro que a posição pelo aumento da taxa de juros não é uma unanimidade entre os conselheiros, embora parte deles tema que “sem a sinalização de um processo mais rápida, as expectativas de inflação vão continuar em alta”.
Por outro lado, vale o registro de que, entre a reunião, realizada no fim de abril, e o atual momento, algumas autoridades já se manifestaram a favor de uma política contracionista. É o caso do presidente da Eslováquia, Peter Kazimir, que é dirigente do BCE e declarou que a alta de juros em julho é inevitável.
O BCE não promove aumento de taxa de juros há mais de uma década. A taxa está em -0,5% ao ano, e a previsão do mercado financeiro é que ela possa chegar a 1,07% até dezembro. Para isso, porém, os conselheiros acreditam que é preciso agir rapidamente.
A próxima reunião será em 9 de junho, e o mercado espera que ao menos nessa reunião haja uma sinalização mais direta para o encontro seguinte, em 21 de julho. Até lá, o processo de recompra de títulos deve ser encerrado e o sinal estará verde para o aumento dos juros.
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