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Ata do Fomc: deterioração da inflação aponta para elevação de até 0,75 ponto nos juros

Ata do Fomc: deterioração da inflação aponta para elevação de até 0,75 ponto nos juros

A ata do Fomc sinalizou que, após a deterioração dos dados da inflação nos Estados Unidos, a taxa de juros pode subir para algo entre 0,5 ponto e 0,75 ponto percentual, confirmando perspectivas do mercado.

De acordo com o documento a trajetória do mercado da taxa de fundos federais também subiu em horizontes. Os membros do mercado notaram uma elevada incerteza sobre as perspectivas de política econômica e monetária.

Segundo pontuou, nos Estados Unidos, as expectativas da taxa básica de juros de curto prazo mudaram acentuadamente. Principalmente após a divulgação do relatório de maio do índice de preços ao consumidor (IPC).

Segundo a ata, antes da divulgação do relatório, as expectativas do mercado refletiram um amplo consenso de que haveria aumentos de 0,5 ponto nas taxas de juros nas reuniões do Fomc de junho e julho. No entanto, após a divulgação dos dados de inflação acima do esperado, as taxas sensíveis à política apontaram para uma probabilidade considerável de movimentos de 0,75 ponto nas reuniões de junho e julho.

O documento pontuou ainda que as informações disponíveis no momento da reunião de 14 a 15 de junho sugeriam que o Produto Interno Bruto (PIB) real dos EUA estava se recuperando para uma taxa moderada de aumento no segundo trimestre, depois de ter caído no primeiro trimestre.

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Além disso, o mercado de trabalho permaneceu muito apertado, mas houve alguns sinais de que o ímpeto estava diminuindo.

“A inflação de preços ao consumidor – medida pela variação percentual de 12 meses do índice de preços para consumo pessoal (PCE) – permaneceu elevada em abril, e as informações disponíveis sugeriam que a inflação ainda estava elevada em maio”, diz trecho do relatório.

O documento mostrou ainda que os membros do colegiado esperam que a inflação volte para a meta de 2% somente em 2024. Além disso, eles veem riscos de uma alta do movimento inflacionário e baixa na atividade do país.

Ata do Fomc: BTG (BPAC11) projeta altas de 0,5 ponto

O banco BTG Pactual (BPAC11) aponta que, pPara as demais reuniões, o cenário segue mais aberto, mas dado a dinâmica de inflação (corrente e expectativas), segue esperando altas de 0,5 ponto.

“Nosso call para juro americano no final de 2022 é de 3,625% (midpoint), enquanto mercado ainda precifica 3,3%. Seguimos vendo um ambiente de dólar global forte e perda de inclinação da curva de juros, com algum suporte para long duration”, apontou o BTG sobre a ata do Fomc.

Sobre alta de juros, o banco avaliou que os participantes reforçaram as surpresas com inflação (CPI e dados de expectativa de Michigan) como driver para a reação mais intensa.

“Ainda assim, a ata dá mais peso para a probabilidade de 75 bps nas duas reuniões (junho, que já ocorreu, e julho)”, avaliou o banco.

Fomc: confira como foi a última reunião

Na última reunião, o Fomc havia decidido elevar a taxa de juros norte-americana em 0,75 ponto percentual para o intervalo entre 1,50% e 1,75% ao ano, sendo o maior aumento desde 1994. A decisão não foi unânime entre os membros da autoridade monetária norte-americana. Somente Esther George votou por uma elevação de 0,5 ponto.

O colegiado informou na ocasião que a atividade econômica geral parece ter se recuperado após a queda no primeiro trimestre. Os ganhos de emprego foram robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego permaneceu baixa. A inflação, no entanto, permanece elevada, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, preços mais altos de energia e pressões mais amplas sobre os preços.

O investidor acompanha os próximos passos do banco central, buscando pistas se a elevação dos juros será de 0,5 ou 0,75 ponto porcentual no próximo dia 27.

Para o BTG Pactual, haverá uma alta de juros de 0,75 ponto dia 27, seguida de mais duas altas de 0,50 e uma de 0,25, levando a taxa para um intervalo entre 3,5% e 3,75%.

Por lá, o rendimento dos títulos do tesouro de 10 anos voltou a cair abaixo do rendimento dos títulos de 2 anos, na chamada inversão da curva de juros, que historicamente tem sido um sinal de alerta de que a economia pode estar entrando em recessão.

Tá, e aí?Stephan F. Kautz, economista-chefe da EQI Asset

Para Stephan F. Kautz, economista-chefe da EQI Asset, a ata do Fomc trouxe poucas novidades com relação ao comunicado que já havia sido feito, mas demonstra um FED preocupado com inflação e as perspectivas para os próximos meses. Além disso, busca assegurar também a posição de combate efetivo por parte da autoridade monetária norte-americana.

“Reforça que teremos mais altas de juros, ainda em cima do muro sobre se vai ser 0,5 ou 0,75 ponto, mas convicto da necessidade de fazer altas de juros até o fim do ano”, explicou ele.

Kautz explicou ainda que o documento não deixou claro sobre riscos de uma possível recessão nos EUA, mas apontou que a ata trouxe uma visão mais conservadora da política monetária dos EUA.

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