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Ata: Copom deixa em aberto novo aumento da Selic

Ata: Copom deixa em aberto novo aumento da Selic

Na ata do Copom, de sua 248ª reunião de política monetária, o comitê do Banco Central, manteve o discurso já apresentado no comunicado pós-decisão de aumentar a Selic de 13,25% para 13,75%, da última quarta-feira (3).

O Copom optou por sinalizar que avaliará necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, na reunião de setembro. O ajuste residual teria como objetivo trazer a inflação ao redor da meta estipulada, mas o comitê explica que avaliará se ele será mesmo necessário ou se somente a manutenção da Selic por tempo mais longo no patamar atual (13,75%) será suficiente.

Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, a ata sinaliza que o ciclo de alta da Selic deve, possivelmente, se encerrar em 13,75%.

“A mensagem é que deve ser o fim do ciclo mesmo. Pode haver ainda 0,25 ponto porcentual, mas com grande probabilidade de ficar em 13,75%”, ele diz.

foto Banco Central

Mudança na análise da inflação

Quanto à mudança do ano calendário para a inflação acumulada em 12 meses até o primeiro trimestre de 2024, que chamou a atenção do mercado no comunicado, o Copom justificou:

“Seguindo sua governança usual, o horizonte relevante para a política monetária passou a se referir ao ano de 2023 e, em grau menor, ao de 2024. No entanto, nesta reunião, notou-se que as projeções de inflação para os anos de 2022 e 2023 estavam sujeitas a impactos elevados associados às alterações tributárias entre anos-calendário. Assim, o Comitê optou por dar ênfase à inflação acumulada em doze meses no primeiro trimestre de 2024, que reflete o horizonte relevante, suaviza os efeitos diretos decorrentes das mudanças tributárias, mas incorpora seus impactos secundários sobre as projeções de inflação relevantes para a decisão de política monetária”.

E complementou: “A projeção da inflação de doze meses no primeiro trimestre de 2024, que incorpora os efeitos secundários das alterações tributárias, assim como efeitos acumulados da manutenção da taxa de juros em patamar significativamente contracionista, é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. O Comitê notou que a projeção de inflação para o ano-calendário de 2024 também se encontra ao redor da meta estipulada”.

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Ou seja, a inflação deve se enquadrar dentro da meta estipulada apenas em 2024 e não mais em 2023.

Tá, e aí?Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset

“A ata não apresentou muitas novidades em relação ao comunicado pós-decisão na semana passada. Trouxe a sinalização de que o BC está olhando para o primeiro trimestre de 2024 como horizonte relevante para convergência de inflação. Para este período, a projeção é de 3,5% ao ano e, depois, até final de 2024, inflação desacelera para 2,7%, lembrando que a meta de 2024 é de 3%. Então, entre o início e o final de 2024, a inflação seguiria desacelerando e  convergindo para patamar ao redor da meta”, afirma Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset.

Ele complementa que a ata reforça a intenção do Copom de encerrar o ciclo de alta de juros. “Vamos aguardar mais dados para entender se a inflação de curto prazo pode interferir nas projeções. Mas, a priori, a ideia é que o ciclo deve se encerrar, ficando juros altos por período prolongado. A gente tem expectativa de que os cortes de juros comecem só a partir de junho de 2023. Ou seja, tem um primeiro semestre inteiro com juros estáveis em 13,75%”, avalia.

Ouça o áudio na íntegra:

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