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Wise mudará listagem para os EUA

Wise mudará listagem para os EUA

A empresa britânica de transferências de dinheiro Wise (WISE.L)anunciou que pretende mudar seu principal local de listagem para os EUA, reforçando uma tendência de afastamento de grandes empresas do mercado acionário londrino.

O movimento foi revelado na quinta-feira (5) durante a divulgação dos resultados anuais da companhia e representa um duro golpe para a Bolsa de Valores de Londres (LSE).

Listagem dupla: presença nos EUA e Londres

De acordo com o comunicado da Wise, a empresa passará a ter uma listagem dupla, com o principal centro nos Estados Unidos, mas mantendo uma presença secundária na LSE. “Isso permitiria que as ações da Wise fossem negociadas tanto na bolsa de valores dos EUA quanto na LSE”, afirmou a empresa em sua declaração oficial, conforme reportado pela CNBC.

A notícia teve impacto imediato no mercado: as ações da Wise subiram quase 11% na manhã de quinta-feira. O movimento indica a confiança dos investidores na nova estratégia da empresa, que busca ampliar sua base acionária e acessar um mercado mais dinâmico e líquido.

De Londres para o mundo: a trajetória da Wise

A Wise estreou na Bolsa de Londres em 2021, optando por uma listagem direta — sem a emissão de novas ações — que avaliou a fintech em cerca de 8 bilhões (equivalente a US$ 10,84 bilhões na época). Hoje, o valor de mercado da empresa ultrapassa £ 11 bilhões, segundo dados da LSEG.

A estreia da Wise foi considerada, à época, uma vitória simbólica para o Reino Unido. O governo do então primeiro-ministro Rishi Sunak buscava transformar Londres em um polo atrativo para IPOs (ofertas públicas iniciais) de empresas de tecnologia. No entanto, desde então, a capital britânica tem lutado para sustentar essa imagem.

Londres perde competitividade no setor de tecnologia

A mudança da Wise para os EUA evidencia uma crescente desconfiança em relação à capacidade de Londres em sediar grandes aberturas de capital, especialmente no setor de tecnologia. A cidade é frequentemente criticada por não oferecer a mesma liquidez e especialização analítica que os mercados norte-americanos.

Essa percepção negativa não se limita ao setor tecnológico. Na última quarta-feira, a Cobalt Holdings, uma investidora de metais apoiada pela Glencore, anunciou que desistiria de abrir capital em Londres. O IPO da Cobalt seria a maior listagem da cidade em 2024, mas a decisão de recuo reforça as dúvidas sobre o atrativo do mercado acionário britânico.

O que motiva a mudança?

A busca por mercados com maior liquidez, acesso a investidores mais especializados e maior visibilidade global são alguns dos fatores que explicam a decisão da Wise. A mudança para os Estados Unidos coloca a empresa em um ambiente que tradicionalmente valoriza e impulsiona fintechs e companhias de tecnologia.

Embora a Wise mantenha uma listagem secundária na LSE, o deslocamento do centro de gravidade para os EUA ilustra a dificuldade de Londres em reter e atrair empresas inovadoras.