A Vale (VALE3) entrou com 15 ações na Justiça do Rio de Janeiro após identificar uma suposta falha de segurança na plataforma da empresa Nexxera, sua contratada para operacionalizar a antecipação de recebíveis e cessões de crédito feitas por seus fornecedores a instituições financeiras.
De acordo com informações da coluna do jornalista Lauro Jardim, no jornal O Globo, o problema veio à tona no início de maio, quando a Nexxera comunicou à Vale que um falso representante de um fornecedor conseguiu acessar o sistema e alterar dados bancários, redirecionando pagamentos para contas de terceiros. A situação gerou incertezas sobre a integridade das transações realizadas por meio da plataforma.
Segundo a mineradora, agora há dúvidas sobre a legitimidade das operações registradas. A Vale afirma não saber ao certo quem são os reais credores e teme que parte dos pagamentos possam ter sido direcionados a fraudadores. Como medida de precaução, decidiu suspender os repasses a diversos fornecedores e aos bancos Itaú (ITUB4) e ABC Brasil (ABCB4), que apareciam no sistema como cessionários dos créditos.
Vale (VALE3): ações buscam proteção contra pagamentos indevidos
As ações judiciais da VALE3 visam proteger a empresa de realizar pagamentos indevidos enquanto se apuram os fatos. A Vale também busca esclarecer a extensão da fraude e identificar os responsáveis. A Nexxera ainda não se manifestou publicamente sobre os desdobramentos das ações judiciais.
A mineradora reportou um lucro líquido de US$ 1,394 bilhão no primeiro trimestre de 2025 (1TRI25), resultado 17% inferior aos US$ 1,695 bilhão registrados no mesmo período do ano anterior, conforme balanço divulgado pela companhia.
O lucro líquido proforma, que desconsidera efeitos extraordinários, ficou em US$ 1,5 bilhão no trimestre, com recuo de 13% na comparação anual. Segundo a mineradora, a queda foi impactada principalmente pelo menor Ebitda proforma e pelo aumento na carga tributária, relacionado ao efeito dos ativos de energia classificados como mantidos para venda.
O Ebitda proforma da Vale totalizou US$ 3,2 bilhões entre janeiro e março, uma retração de 8% em relação ao primeiro trimestre de 2024. O desempenho foi afetado, sobretudo, pela redução de 16% nos preços do minério de ferro, ainda que parcialmente compensada pela desvalorização do real frente ao dólar e pela diminuição de custos e despesas tanto nos negócios de minério de ferro quanto na unidade Vale Base Metals.