O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), André do Prado (PL), marcou para a próxima segunda-feira (4) o início das discussões sobre a privatização da Sabesp (SBSP3).
O projeto de lei enviado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tramita em regime de urgência e já foi aprovado de forma conjunta no congresso das comissões, na semana passada, com 27 votos a favor e 8 votos contrários ao relatório do deputado Barros Munhoz (PSDB), que fez poucas alterações no texto enviado pelo governo.
A privatização da Sabesp foi o tema principal da greve realizada nesta terça-feira (28) por funcionários da companhia de água e saneamento básico, acompanhados por servidores do metrô, da CPTM, da Fundação Casa e da educação. Além da Sabesp, os trabalhadores protestaram contra possíveis novas privatizações preparadas pelo governo Tarcísio, que chamou a greve de “política”.
Antes da análise em plenário, o PL ainda deve passar até o fim da semana por nova votação no congresso de comissões, com a análise de emendas propostas pelos deputados.
A expectativa de deputados da base do governo é a de que a votação que definirá a privatização da Sabesp aconteça ainda na semana que vem. O governo precisa de maioria simples para aprovação, ou seja, 48 votos. Se tudo sair como esperado, o processo deve ser concluído ainda no primeiro semestre de 2024, na forma de emissão de novas ações.
Os trabalhadores realizaram na terça um ato na frente do prédio da Alesp, na zona sul de São Paulo, e participaram de audiência convocada pelo deputado Emídio de Souza (PT). Deputados do partido dominaram a discussão, e Emídio disse que “a sociedade precisa ter clareza quanto ao processo” e que ainda “há terreno para mobilização e conversa com a população em geral”.
A privatização da Sabesp também foi tema na sessão ordinária, com discursos favoráveis de deputados da base de Tarcísio, como o líder do governo na Casa,
Jorge Wilson (Republicanos). “Desde a campanha Tarcísio já defendia aquilo que é bom para a população. Há pessoas sem esgoto tratado no Estado, é uma questão de saúde pública. Com a privatização, teremos R$ 10 bilhões a mais de investimentos, reduzindo em quatro anos o prazo para atingirmos as metas do Marco Legal do Saneamento, reduzindo o valor da tarifa e levando água à população”, afirmou.