Invista no seu carro com inteligência
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Ações
Notícias
Saraiva faliu? E agora?

Saraiva faliu? E agora?

Na última quarta-feira (06), a livraria Saraiva ($SLED4) entrou com um pedido de autofalência após cinco anos em recuperação judicial. Dessa forma, a companhia reconhece que não pode arcar com os seus custos e deixará de existir. Inclusive, o site da Saraiva, ainda que esteja no ar, não oferta nenhum produto.

Em 2018, a Saraiva ingressou com um processo de recuperação judicial com uma dívida estimada em R$ 675 milhões. Na época, a livraria encerrou as atividades nas lojas físicas e demitiu mais de 150 funcionários administrativos que atuavam nas unidades.

Como foi o balanço do 2TRI23 da Saraiva?

No 2TRI23, a Saraiva registrou um prejuízo líquido ajustado, antes do resultado líquido de operações descontinuadas, de R$ 16,2 milhões, embora tenha sido melhor que o resultado do 2TRI22.

Na mesma base de comparação, a receita líquida caiu 60,8%, totalizando R$ 7,3 milhões, devido à redução do número de lojas na rede, que passou de 31 para 6 lojas. A receita líquida das lojas físicas também diminuiu 60,2%, alcançando R$ 7,2 milhões. As vendas na mesma loja, comparadas entre o 2T23 e o 2T22, tiveram uma redução de 43%.

Já a receita do site Saraiva.com tinha recuado 78,6%, chegando a R$ 128 mil. A empresa destacou que a baixa performance de vendas do site se deve a problemas estruturais na solução, o que levou a uma reformulação completa em outubro de 2022. 

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) ajustado do 2T23 foi de R$ 11,3 milhões negativos, apresentando uma piora de 16,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. 

A margem Ebitda ajustada ficou negativa em 153,4%, piorando 111,3 pontos percentuais em relação à queda de 42,2% registrada um ano antes.

O que vai acontecer com Saraiva?

Com o pedido de autofalência, a Saraiva reconhece sua incapacidade de sustentar suas operações. Especialistas na área de recuperação judicial e falência preveem que o próximo passo será a apresentação de um pedido judicial para a divisão de seu patrimônio entre os credores.

Em uma entrevista ao Valor Econômico, o advogado Alex Hatanaka, que atua na área de Reestruturação e Insolvência no escritório Mattos Filho, explicou que o pedido de autofalência se tornou necessário porque a empresa não conseguiu chegar a um acordo para quitar suas dívidas com os fornecedores.

Dessa forma, os ativos remanescentes da livraria serão vendidos para que os credores possam receber os pagamentos devidos.

E os investidores?

Especialistas na área de falências observam que, se os acionistas tiverem a sorte de receber algum retorno, esse valor será consideravelmente inferior ao que investiram na companhia. 

De acordo com os advogados, os acionistas deixam de ser detentores de títulos de participação e passam a ser apenas titulares de créditos sem qualquer preferência. Nesse estágio, os investidores não têm envolvimento em nenhum aspecto das operações da empresa, incluindo a tomada de decisões.

Além disso, os acionistas têm uma posição de menor prioridade em relação aos credores na ordem de pagamento de dívidas, sendo os últimos a receber qualquer ativo remanescente.

Após o pedido de falência ser decretado, o registro da Saraiva como companhia aberta é cancelado e as ações não são mais negociadas na B3 ($B3SA3). 

O último dia de negociações das ações SLED3 e SLED4 foi em 4 de outubro. Em 2023, os ativos preferenciais sofreram uma desvalorização de 29,52%.

Ações da Saraiva (SLED4) desvalorizaram 29,52% - Créditos: Google Finance
Ações da Saraiva (SLED4) desvalorizaram 29,52% – Créditos: Google Finance