A Polícia Federal abriu um inquérito para apurar possíveis vínculos entre o empresário Nelson Tanure e o Banco Master, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo. O pedido de investigação foi feito pelo Ministério Público Federal (MPF), que apontou “indícios de que o empresário carioca seja o controlador da instituição financeira”.
Tanure não se manifestou sobre o assunto. Já o Banco Master desqualificou a gestora que fez a denúncia à PF, que foi a Esh Capital. A empresa liderada por Vladimir Timerman apresentou a denúncia inicial e o banco alegou falta de credibilidade. Timerman é adversário de Tanure em outras disputas judiciais, incluindo casos envolvendo a Alliar (AALR3) e a Gafisa (GFAS3).
O caso levanta questionamentos sobre a estrutura de controle do banco e pode ter desdobramentos relevantes no setor financeiro, a depender das conclusões da investigação.
Banco Master: outro ringue de disputa entre Tanure e Esh
O Master entrou no olho do furacão depois que o BRB (BSLI3; BSLI4) divulgou acordo para adquirir até 48% de participação acionária na instituição. Em abril, havia sido divulgado que a PF estava conduzindo uma investigação devido a suspeitas de fraudes envolvendo operações com precatórios.
O inquérito, aberto em março do ano passado, busca esclarecer um esquema em que um fundo controlado pela própria instituição financeira teria adquirido papéis de liquidez questionável para posteriormente vendê-los ao banco por valores mais inflados.
Mas a briga entre Tanure e a Esh, que agora se estende ao Banco Master, vem de longa data. Recentemente, a gestora buscou de todas as formas impedir que Tanure tivesse maior poder de decisão na construtora. A Esh alegava prejuízos por causa de um aumento de capital realizado em 2019. Por diversas vezes, tentou comprar uma participação acionária maior e trocar o conselho de administração, que virou uma briga com troca de acusações e recursos na Justiça.
No fim do ano passado, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu, por unanimidade, absolver o presidente da Gafisa, Roberto Luz Portella, no processo envolvendo o aumento de capital da companhia. Além dele, também foi absolvido Tanure, entre outros executivos.