A Petrobras inicia neste mês o pagamento aos acionistas dos dividendos complementares referentes aos lucros obtidos no ano de 2022. O valor dos dividendos da Petrobras vai chegar a R$ 35,8 bilhões, de acordo com informações da empresa anunciadas após assembleia realizada na semana passada.
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Por se tratar de dividendos, esses valores são livres de impostos, uma vez que foram apurados após o pagamento de tributos pela companhia. A taxação de dividendos é um tema que pode entrar em debate na segunda etapa da reforma tributária, a ser discutida possivelmente no segundo semestre.
A data de corte para os pagamentos foi o dia 27 de abril, dia da divulgação das informações, para as ações na B3, e 1º de maio, para as American Depositary Receipts (ADRs) negociadas na New York Stock Exchange – NYSE. Assim, investidores posicionados em papéis da empresa até essa data terão direito aos recebimentos em três parcelas, de acordo com o calendário abaixo:
- a primeira no dia 19 deste mês, no valor de R$ 1,42978096 por ação (ordinária ou preferencial) em circulação, para os detentores de ações na B3, e, a partir do dia 26, para as ADSs negociadas em Nova York;
- a segunda em 16 de junho, no valor de R$ 0,91106456 por ação na B3, e a partir de 23 de junho para as ADSs negociadas em Nova York;
- a terceira em 27 de dezembro, no valor de R$ 0,51871639 por ação na B3, e a partir de 4 de janeiro de 2024 para as ADRs negociadas em Nova York.
Os valores serão atualizados pela Selic, a taxa básica de juros do Banco Central, até a data do pagamento.
Por ora, a distribuição acompanhou a política adotada nos últimos anos, baseada no compartilhamento agressivo de dividendos para atrair investidores, e que foi muito criticada no período por setores ligados ao PT, que defendem uma política mais forte de investimentos e o fim do PPI, o preço de paridade internacional, baseado na cotação internacional do petróleo, para ajustar os preços da gasolina no Brasil.
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Dividendos da Petrobras (PETR4): mudanças no Conselho de Administração
Na mesma assembleia em que anunciou os dividendos, a Petrobras confirmou a nomeação de oito membros indicados pelo governo para o Conselho de Administração, o que pode acelerar uma eventual mudança de tendência, com redução na distribuição de dividendos e retomar uma política de investimentos.
A divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2023, marcada para 11 de maio, pode apresentar uma sinalização mais definitiva. Em relatório divulgado na última sexta-feira (28), o banco BTG Pactual manteve recomendação neutra para os papéis da empresa, apontando que “a partir daqui teremos mais clareza sobre o plano de negócios da empresa, política de preços e política de distribuição de dividendos”.
“Embora não possamos descartar um cenário em que as possíveis mudanças estratégicas ocorram gradualmente, acreditamos que as ações já refletem um cenário otimista, e acreditamos que a assimetria continua voltada para o lado negativo. Mantemos nossa visão cautelosa sobre a tese, pois acreditamos que as novas tendências estruturais da Petrobras apontam para maior capex, maiores despesas e, portanto, menor distribuição de dividendos”, dizem os analistas no relatório.
Desde o início do ano, as ações PETR4 registram volatilidade, e vem sendo negociadas próximas aos valores mais baixos do período, fechando na sexta-feira a R$ 23,70.
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