A Petrobras (PETR3; PETR4) admite estudar a possibilidade de modificar sua política de distribuição de dividendos para adotar uma postura menos agressiva que a atual. A declaração foi dada no fim de semana pelo presidente da companhia, Jean-Paul Prates, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, e confirmada por outros veículos. Os dividendos da Petrobras estão entre os mais generosos do mundo.
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Em 2022, a Petrobras ficou em segundo lugar no ranking mundial de distribuição de proventos, atrás apenas da mineradora britânica PHB, com mais de R$ 200 bilhões distribuídos aos acionistas ao longo do ano, de acordo com levantamento da consultoria britânica Janus Henderson.
A postura vem incomodando membros do governo e do PT, como o ministro da Casa Civil, Rui Costa, que comparou a postura da empresa ao Papai Noel em declaração recente. Ainda que parte desse dinheiro vá para o Tesouro, já que o governo segue como maior acionista da Petrobras, a postura do governo é de que a política deve ser alterada para ampliar a capacidade de investimento da empresa, reduzida após a Operação Lava-Jato e uma sequência de vendas realizadas nos últimos anos.
A discussão vinha desde antes do início do governo, já que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva já questionava a política de distribuição de dividendos ainda durante a campanha eleitoral. O caminho agora parece mais livre depois que a empresa deixou de adotar a PPI, política de paridade internacional, para definir o preço da gasolina – outra medida simpática à esquerda, mas que tinha resistência do mercado.
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Dividendos da Petrobras: o que diz o estatuto
O estatuto da Petrobras define o pagamento mínimo obrigatório correspondente a 25% do lucro líquido ajustado, conforme as regras da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para as empresas listadas na B3 (Bolsa de Valores).
A tendência, segundo analistas, é que a empresa encontre um patamar intermediário entre o valor obrigatório e o modelo atual, para evitar uma fuga de investidores e a queda no valor de mercado, sem deixar de agradar à posição política do governo. A empresa, por enquanto, não se manifestou formalmente sobre o assunto.
Desde o início do ano, as ações PETR4, que têm preferência no pagamento de dividendos, acumularam cerca de 30%. Várias das casas de análise, no entanto, como o BTG Pactual (BPAC11), mantém recomendação neutra para os papéis.
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