A Petrobras (PETR4) e Amazon (AMZN; AMZO34) Brasil anunciaram a assinatura de um memorando de entendimentos voltado ao desenvolvimento de combustíveis de baixo carbono. A parceria busca unir a expertise da petroleira brasileira em energia com a demanda logística da gigante do e-commerce, em um esforço conjunto para acelerar a transição energética.
Segundo o comunicado, o acordo define diretrizes para identificar oportunidades de utilização de combustíveis certificados pelo sistema ISCC Plus, com foco em matérias-primas residuais e de baixa intensidade de carbono. O objetivo é ampliar o uso de alternativas mais sustentáveis sem comprometer a eficiência das operações.
Petrobras e Amazon desenvolverão projetos-piloto
Entre as iniciativas previstas está a implementação de programas-piloto, que vão integrar combustíveis de menor emissão à frota de transporte da Amazon no Brasil. A medida pretende reduzir a pegada de carbono da cadeia logística e servir como modelo para outras empresas do setor.
O memorando também contempla mecanismos de mercado que buscam tornar os biocombustíveis mais acessíveis e competitivos, especialmente para pequenas e médias empresas que atuam na logística. A expectativa é que a parceria crie condições para ampliar o alcance dessas soluções sustentáveis no país.
A petroleira também anunciou a aprovação da construção do Projeto Piloto de CCS São Tomé, em Macaé (RJ), iniciativa considerada estratégica para que a companhia alcance a meta de neutralidade de carbono até 2050. Trata-se do primeiro projeto-piloto de captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês) no país, com infraestrutura que integra todas as etapas do processo: captura, transporte e injeção geológica de CO₂ em reservatórios salinos.
O empreendimento terá acompanhamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), sendo apontado como um marco para o desenvolvimento tecnológico e regulatório de iniciativas de Captura, Utilização e Armazenamento de Carbono (CCUS) no Brasil.
Segundo a Petrobras, o CCS São Tomé terá capacidade de capturar até 100 mil toneladas de CO₂ por ano ao longo de três anos, a partir de 2028, injetando o gás em um reservatório salino profundo localizado na região de Barra do Furado, em Quissamã (RJ).
A diretora de Transição Energética e Sustentabilidade da companhia, Angélica Laureano, destacou o papel da iniciativa no processo de descarbonização.
“A tradição da Petrobras em empregar tecnologia de ponta para viabilizar grandes empreendimentos offshore está sendo aplicada também em soluções climáticas. Esse projeto é mais um passo concreto da empresa na construção de alternativas eficazes para enfrentar as mudanças climáticas”, afirmou.