O Bradesco (BBDD4) registrou lucro líquido recorrente de R$ 5,9 bilhões no primeiro trimestre de 2025 (1TRI25), o que representa alta de 8,6% em relação ao quarto trimestre de 2024 e de 39,3% na comparação anual.
O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) atingiu 14,4% no período. O resultado operacional também teve forte desempenho, alcançando R$ 7,5 bilhões — crescimento de 8,2% t/t e 51,5% a/a.
A receita total somou R$ 32,3 bilhões no trimestre, um avanço de 15,3% em 12 meses, impulsionado pela expansão dos três principais componentes: margem financeira, receitas com serviços e operações de seguros.
A margem financeira atingiu R$ 17,2 bilhões, alta de 1,4% t/t e 13,7% a/a. A maior contribuição veio da margem com clientes, que subiu para R$ 16,8 bilhões (+4% t/t e +15% a/a), beneficiada pela expansão da carteira de crédito e pela elevação da taxa média, de 8,4% no 4T24 para 8,6% no 1T25. Já a margem com mercado somou R$ 462 milhões, favorecida pela proteção eficiente dos resultados de ALM em um cenário de alta da taxa Selic.

Bradesco (BBDC4): carteira de crédito passa de R$ 1 tri
A carteira de crédito expandida ultrapassou R$ 1 trilhão, com crescimento de 2,4% no trimestre e de 12,9% em 12 meses. A participação das linhas com garantia subiu de 54% para 57% no período. O Bradesco informou que continua com postura conservadora quanto ao risco, mesmo diante da expansão do crédito.
A valorização cambial e a menor demanda de grandes empresas — que têm recorrido ao mercado de capitais — impactaram negativamente as carteiras em moeda estrangeira e o segmento corporativo. Por outro lado, a demanda por crédito seguiu firme em pessoas físicas (PF) e micro, pequenas e médias empresas (MPME). A aquisição de 50% do Banco John Deere adicionou R$ 17,3 bilhões à carteira de crédito no trimestre.
Na carteira pessoa física (PF), houve crescimento nas linhas imobiliária, crédito pessoal, rural e consignado. Para o segmento MPME, o Bradesco manteve o foco em operações com garantia, incluindo capital de giro com recursos dos programas PRONAMPE, FGO e FGI.
O índice de inadimplência permaneceu praticamente estável, com estabilidade no PF e redução no MPME, mesmo com o aumento das operações com PF (+4,8% t/t) e PJ (+1,5% t/t). O custo de crédito ficou inalterado em 3,0%. A carteira reestruturada teve queda de R$ 3,2 bilhões em relação ao trimestre anterior e de R$ 7,2 bilhões na comparação anual.
O desempenho da seguradora do grupo também foi robusto. O resultado do segmento foi de R$ 5,3 bilhões (+32,7% a/a) e o lucro líquido chegou a R$ 2,4 bilhões (+25,3% a/a). O ROAE da seguradora subiu para 22,4%, ante 19,8% no 1TRI24, apoiado pela melhora operacional e pela redução de 7,5 pontos percentuais na sinistralidade, especialmente em Saúde.
As despesas operacionais cresceram 12,3% a/a, em linha com o esperado. Excluindo os efeitos da maior participação na Cielo e da aquisição do Banco John Deere, o avanço seria de 8,8%. Já as despesas com pessoal e administrativas aumentaram apenas 3,7% a/a, abaixo da inflação, reforçando o controle de custos.