A Louis Vuitton (LVMH) acaba de dar um passo estratégico no setor de aviação de luxo ao anunciar um investimento de US$ 800 milhões na Flexjet, empresa americana especializada em aviação de negócios.
A operação, conduzida pela gestora L Catterton (braço de private equity da controladora LVMH), reflete a intenção do conglomerado francês de consolidar sua presença em segmentos de alto padrão, como turismo, hospitalidade e transporte privado.
Foco na aviação de alto padrão
Mesmo com a queda global de 2% nas vendas de bens de luxo em 2023, a aviação executiva segue em ascensão como um dos pilares do mercado premium. A Flexjet, com sede em Cleveland (EUA), é uma das principais fornecedoras de serviços aéreos sob demanda, atuando com modelos de copropriedade de aeronaves, leasing e cartões de voo. Atualmente, a empresa conta com mais de 2 mil membros ativos e projeta um Ebitda de US$ 425 milhões em 2025.
Segundo Kenn Ricci, presidente da Flexjet, a maior parte do aporte da Louis Vuitton será direcionada à expansão da frota, que deve crescer de 318 para 340 aeronaves até o fim de 2025. Parte dos recursos também será usada para reforçar a infraestrutura global da empresa, incluindo bases internacionais e centros de manutenção, e para distribuição de dividendos.
Alianças com marcas de luxo
A Flexjet mantém colaborações com nomes como Belmond, Bentley e Ferretti Group, unindo design personalizado e experiências exclusivas em eventos privados. Essa sinergia com marcas do mesmo universo de luxo reforça o alinhamento estratégico com a Louis Vuitton e outras grifes da LVMH.
Scott Dahnke, CEO da L Catterton, afirmou que o investimento está em sintonia com a estratégia de longo prazo do grupo, que desde 2018 vem ampliando sua atuação no turismo de alto padrão, com aquisições como a da Belmond (US$ 3,2 bilhões) e o crescimento de marcas hoteleiras como Cheval Blanc e Bvlgari.
Balanço da Louis Vuitton
Apesar de um semestre desafiador, os resultados da LVMH superaram as expectativas do mercado. O lucro operacional caiu 15% no primeiro semestre de 2025, mas ainda foi melhor do que o previsto por analistas. As ações da LVMH subiram 2,5% após o anúncio, impulsionando o índice europeu de luxo.
Entre os fatores positivos está uma leve recuperação nas vendas internacionais, especialmente na China, e expectativas de eficiências operacionais futuras. O grupo também anunciou a construção de uma nova fábrica da Louis Vuitton no Texas até 2027, numa estratégia para mitigar o impacto de tarifas comerciais.
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