A Light ($LIGT3) fará aumento de capital e elegeu a chapa proposta pelo empresário Nelson Tanure, controlador da gestora WTN que nos últimos dias se tornou a maior acionista da companhia.
O movimento passou pela assembleia geral extraordinária e a concessionária de energia do Rio de Janeiro terá, agora, nove assentos no conselho de administração frente os sete assentos de antes.
Vale destacar que a nova chapa substituiu a que havia sido eleita em assembleia realizada em junho, e foi costurada em acordo com outras grandes acionistas, como o fundo Samambaia FIA, de Ronaldo Cezar Coelho (20% de participação) e o fundo Santander PIB FIA, de Carlos Alberto Sicupira (10%).
A WTN, por sua vez, detém participação de 28% na companhia, e os novos integrantes do conselho são Helio Costa (ex-ministro das Comunicações), Pedro Borba, Wendell de OIiveira e Nelson Tanure.
Permanecem no conselho Abel Alves Rochina, Firmino Ferreira Sampaio Neto, Helio Paulo Ferraz, Yuiti Matsuo Lopes, Raphael Manhães Martins.
Light (LIGT3): endividada
A Light é uma empresa pública e que atende mais de 30 municípios do Estado do Rio de Janeiro.
A companhia tem mais de R$ 11 bilhões em dívidas e, por conta disto, entrou em recuperação judicial em maio deste ano, em um movimento de contraposição às autarquias de governo.
A companhia apresentou recentemente seu plano de recuperação judicial, mas este pode ser rejeitado pelos credores.
Há uma pressão para que haja ajustes no PRJ, visto que a solução apresentada dia 14 de julho de 2023 acabou não atendendo ao interesse dos credores.
Desta forma, a concessionária deve apresentar um PRJ remodelado às pressas e convocar uma assembleia em até 90 dias.
O PRJ
No PRJ apresentado dia 14, foram colocados na mesa seis alternativas para diferentes perfis de credor. Para aprovar o plano, é preciso que os detentores de 50% mais 1 do total da dívida votem a favor.
Em relação às opções formatadas, a companhia apresentou as seguintes:
Pagamento à vista para créditos de até R$ 10 mil por CPF/CNPJ
Essa opção é direcionada a quase 25 mil pequenos investidores pessoa física (mais de 60% do total) que compraram debêntures da empresa.
Conversão de dívida em ações da Light S.A.
Essa alternativa é para os investidores que quiserem participar da criação de valor no Grupo após a recuperação judicial. Eles poderão converter 100% dos seus créditos em ações da Light SA.
Credor parceiro Light Energia
Os investidores que apoiarem a separação total da estrutura de capital da Light Energia, renunciando a quaisquer coobrigações que tenham via Light S.A., e assim apoiando a reestruturação global, terão o benefício de recebimento integral dos seus créditos.
Credor parceiro Light SESA
Os investidores que desejarem apoiar a Light SESA poderão investir recursos em um Fundo de Investimento em Direto Creditório (FIDC) da distribuidora à razão de 1,2 para 1: a cada R$ 1,20 de novo dinheiro aportado, R$ 1 de crédito poderá aderir à opção, com recebimento integral.
Antecipação do pagamento em caixa
Por meio de um leilão reverso, os credores poderão receber recursos à vista, na homologação do plano de recuperação judicial, deixando de ter exposição ao Grupo Light.
Os recursos captados com o FIDC advindo do Credor parceiro Light SESA vão financiar a opção de antecipação do pagamento em caixa.
Reperfilamento da dívida
O credor que fizer essa opção poderá receber 80% do valor atual da dívida corrigido em 15 anos e indexado ao IPCA.
Bolsa
Por volta das 14h18 a ação LIGT3 caía 2,43%, cotada em R$ 7,64.

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