O empresário Nelson Tanure, cuja participação acionária por meio de fundos ou mesmo diretamente se estende a algumas das principais empresas brasileiras, está preparando uma proposta de injeção de capital de R$ 1 bilhão e troca de conselho na Light (LIGT3).
Isso porque, endividada, a Light cogita pedir recuperação judicial, mesmo a medida não sendo, em tese, acessível para companhias desta natureza, ou seja, concessionárias de um serviço considerado essencial à população.
Na prática, a Light é uma distribuidora de energia fluminense, que atende a 35 municípios do Estado do Rio de Janeiro e, por isso, está imbricada com outras concessionárias por meio de parcerias estratégicas e é acompanhada de perto pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão que regula o setor.
Em relação à Tanure, levantamento do Estadão aponta que após superar 10% de participação no capital da Light, com a compra de parte da participação da BlackRock, ele quer agora convocar uma assembleia geral extraordinária (AGE).
Light (LIGT3): Tanure
O jornalão destaca que na AGE, o empresário irá pedir a troca de conselheiros e mudanças na diretoria da companhia.
Também traz que ele já teria o montante a ser ofertado em mãos e até se reuniu com alguns credores nesta sexta-feira (5).
Conforme o periódico, os recursos seriam colocados na companhia por meio de um aumento de capital, e a ideia é dar um ‘cavalo de pau’ nos rumos que a empresa vinha adotando para renegociar dívidas.
Atualmente, a Light tem uma dívida bruta de aproximadamente R$ 11 bilhões, sendo R$ 7 bilhões em debêntures, a maior parte com vencimento nos próximos três anos.
Credores
O Estadão destaca, também, que a conversa ainda não chegou ao grupo de detentores de bonds, que têm R$ 3,1 bilhões em créditos contra a empresa, e o aumento de capital ajudaria a Light a sanar o problema de liquidez no curto prazo, que tem obrigações que superam R$ 1 bilhão nos próximos meses.
Com isso, elenca, o empresário espera acalmar os ânimos e pacificar a disputa com credores, que temem um possível pedido de recuperação judicial (RJ) da controladora com efeitos estendidos às subsidiárias, como a distribuidora de energia, que, por lei, não pode pedir a RJ. A operação também daria fôlego para a empresa negociar a renovação de sua concessão, que vence em 2026, um processo que deve levar meses para ser concluído.
Bolsa
A ação LIGT3 encerrou o dia 5 de maio de 2023 cotada em R$ 3,76.
- Saiba mais sobre a Light (LIGT3) e invista com assertividade.
