O empresário Joesley Batista, juntamente com seu irmão, Wesley Batista, podem ser absolvidos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no julgamento do episódio que ficou conhecido como Joesley Day, ocorrido há seis anos. Isso porque a autarquia teria formado maioria pela absolvição do empresário.
Joesley e Wesley comandam a J&F, grupo que controla a JBS (JBSS3), tendo atualmente 41,47% do capital social da companhia frigorífica. Outro sócio relevante da empresa é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que detém 20,81% das ações da companhia por meio de seu braço de participações, o BNDESPar.
Porém, de acordo com matéria do jornal Valor Econômico, a decisão pode não sair tão cedo. Isso porque a diretoria Flávia Perlingero, da CVM, pediu vista dos processos. E com isso, não há data para quando o julgamento será retomado.
Joesley e Wesley Batista teriam sido acusados de supostamente terem sido beneficiados por conta de uma delação de Joesley sobre um eventual esquema de corrupção no governo Michel Temer, o que levou a uma crise em maio de 2017.
Joesley Batista e o Joesley Day: entenda o episódio
Na noite do dia 17 de maio, foi tornado público o conteúdo de uma conversa entre Temer e Joesley. No áudio, o presidente dava o aval ao dono da JBS para comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha, que se encontrava preso por conta dos desdobramentos da Operação Lava-Jato.
A divulgação do áudio fazia parte do plano de delação premiada que Joesley fechou junto à Procuradoria Geral da República. O dono da JBS queria um acordo para reduzir sua pena por lavagem de dinheiro e corrupção.
Para o mercado financeiro, era dada como certa a renúncia ou o impeachment do presidente. Não custa recordar que Temer assumiu o cargo após um processo de impeachment contra Dilma Roussef (PT). Ou seja, seria o início de mais um processo longo de turbulência política.
Além disso, o país debatia na época uma agenda de reformas importantes, como a reforma trabalhista e a reforma da previdência. E tudo poderia ir por água abaixo com a saída de Temer do governo.
O ocorrido caiu como uma bomba no mercado financeiro e a bolsa de valores, no dia seguinte à divulgação das informações, o Ibovespa chegou a cair cerca de 10% ao longo do dia, forçando a ativação do circuit braker, para evitar perdas mais intensas.
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