A JBS (JBSS3), uma das maiores processadoras de alimentos do mundo, pode ter um Batista de volta ao comando.
Isso porque a companhia está preparando Wesley Batista Filho (31) para assumir a função, embora não haja um plano de sucessão formal na mesa.
Neto do fundador José Batista Sobrinho, ele foi empossado recentemente como presidente da JBS USA.
A expectativa é que em um futuro próximo, ele substitua o CEO Global Gilberto Tomazoni (64), primeiro executivo de fora da família no cargo, já há cinco anos.
Isso porque em 2018 a companhia precisou encontrar um gestor rapidamente, por conta dos irmãos Wesley e Joesley terem tido problemas com a Justiça brasileira.
Na ocasião, o fundador reassumiu a direção da empresa até a administração encontrar alguém que considerasse apto para pilotar a companhia.
Em relação ao neto, que deve chegar ao topo em breve, seu nome já aponta de quem é filho, e ele foi muito além de uma educação corporativa para ser cotado.
Com 19 anos, Filho já trabalhava na empresa, desossando bois, no turno da noite, em uma unidade do Colorado (EUA).
Ele foi enviado pela família aos Estados Unidos para estudar e aprender suficientemente bem o idioma, visto que seus tios e avôs não dominavam por completo a língua estrangeira.
De personalidade proativa, Filho aprendeu o inglês, e também o espanhol, francês, alemão e, claro, tem o português do Brasil como língua nativa.
Antes de chegar aos EUA, estudou em um internato na Suíça, país europeu que recebe em suas escolas herdeiros do mundo inteiro para fornecer a eles educação de ponta, principalmente àqueles que são cotados para assumirem grandes organizações, parte delas familiares.
Entretanto, se alguém procurar um diploma universitário com o nome dele, não irá encontrar, pois o hoje executivo optou por abandonar a faculdade e se dedicar integralmente à empresa.
Há quem diga que ele circula pela companhia com uma régua no bolso e, volta e meia, a utiliza para medir as peças que o frigorífico embala. A meticulosidade do agora presidente é um mito e uma meta a ser perseguida pelos demais executivos.
Isso porque a JBS tem operação nos cinco continentes e está avaliada, atualmente, em US$ 7,3 bilhões, sendo que a fortuna pessoal dos Batistas chega a US$ 5 bilhões.
A empresa:
- Fundada em 1953 em Anápolis (GO);
- Se tornou empresa listada (IPO) em 2007;
- Os acionistas são a J&F Holding (41,4%), BNDESPar (20,8%), e Fundo Formosa (7,3%);
- A sede administrativa fica em São Paulo (SP).

JBS (JBSS3): Wesley Batista Filho
Quando Wesley Batista Filho assumir, ele terá em suas mãos nada menos que a maior empresa de proteína animal do mundo, com plantas em todo o globo, e capacidade para processar 75 mil bovinos por dia. E isso somente na atividade principal.
O grupo também comercializa couro, colágeno e biodiesel, e suas várias marcas vão desde a australiana Primo até a europeia de aves Moy Park. Seus produtos chegam a lares de 190 países.
1TRI23
Conforme noticiado pelo EuQueroInvestir dia 11 de maio de 2023, a JBS (JBSS3) reportou prejuízo líquido de R$ 1,5 bilhão no primeiro trimestre de 2023 (1TRI23), revertendo lucro de R$ 5,142 bilhões do primeiro trimestre de 2022.
Já a receita líquida caiu 4,6% no período, para R$ 86,6 milhões frente os R$ 90,8 milhões do primeiro trimestre de 2022.
O Ebitda ajustado, por sua vez, desabou 78,6% no período, para R$ 2,1 bilhões frente os R$ 10 bilhões do primeiro trimestre de 2022.
A companhia destacou, no balanço, que no 1TRI23 o fluxo de caixa das atividades operacionais foi negativo em R$ 3 bilhões, explicado pelo cenário desafiador no período.
O fluxo de caixa livre, após adição de ativo imobilizado, juros pagos e recebidos, foi negativo em R$ 6 bilhões.
“Vale ressaltar que o primeiro trimestre do ano tem, sazonalmente, a característica de consumir caixa, devido a concentração de pagamentos de fornecedores de gados e suínos, e recomposição de estoques, principalmente em grãos”, disse.
Balanço
A JBS encerrou o trimestre com R$ 9 bilhões em caixa e possui US$ 3,2 bilhões disponíveis em linhas de crédito rotativas, sem garantia real, sendo US$ 2,8 bilhões na JBS USA e US$ 450 milhões na JBS Brasil, equivalentes a R$ 16,4 bilhões pelo câmbio de fechamento do período.
Assim, disponibilidade total da companhia é de R$ 25 bilhões. No fechamento do 1TRI23, a dívida líquida ficou em US$ 16,5 bilhões e em R$ 83,7 bilhões. Assim, a JBS encerrou o trimestre com uma alavancagem em reais de 3,14x e em 3,16x em dólares.
Bolsa
Por volta das 16h35 a ação JBSS3 subia 0,80%, cotada em R$ 16,33.
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