O Ibovespa já acumula uma alta de cerca de 10% no ano. Mais um pouquinho e superamos o retorno da taxa de juros de um ano inteiro.
Ações mais voláteis, como Cogna (COGN3), Magazine Luiza (MGLU3) e CVC (CVCB3), estão dando show, subindo mais de 70%, 60% e 45%, respectivamente. Isso, claro, atrai olhares. Ninguém quer ser o primeiro a tomar risco. Compra-se porque está subindo.
Momentum.
Mas, como já comentei antes, o movimento da Bolsa brasileira está muito ligado ao que acontece lá fora. Não vamos nos empolgar com um reflexo bonito no espelho. O retrato real ainda não está tão bonito assim.
Mais da metade do volume de negociações na nossa Bolsa vem de capital estrangeiro. Com as incertezas sobre a economia americana e um apetite maior por ativos de países emergentes, estamos surfando um movimento global de diversificação.
Resumindo: vende-se o excelente (caro) para comprar o mediano (muito barato).

Comprando ações: grandes empresas em destaque
Se analisarmos os retornos do Ibovespa com base no tamanho das empresas, veremos um padrão claro: as companhias com mais de R$ 20 bilhões de valor de mercado estão se saindo melhor do que as de R$ 3 a R$ 20 bilhões. Essas, por sua vez, superam as Small Caps, com valor abaixo de R$ 3 bilhão.

Faz sentido. Como o índice dá mais peso às maiores e mais negociadas, o bom desempenho veio, sobretudo, da demanda por gigantes como Vale, Itaú, Eletrobras, Equatorial e BTG Pactual. Empresas robustas, baratas e que aguentam bem os influxos de capital estrangeiro.
Outra forma de avaliar a “qualidade” dessa alta é olhar para a volatilidade. Curiosamente, os papéis que mais subiram no Ibovespa foram aqueles que, historicamente, oscilam entre 15% e 25% ao ano. Isso sugere que ainda não estamos diante de um movimento estrutural forte para as ações brasileiras. Se estivéssemos, seria natural ver um desempenho ainda melhor das Small Caps (muitas oscilam pouco por falta de fluxo) e de ações mais agressivas (oscilam bastante).

Mas, como dizem na ciência: ausência de evidência não é evidência de ausência.
Acredito que esse movimento estrutural está se formando e, sinceramente, me parece pouco razoável ficar de fora se você pode manter o dinheiro investido por dois ou três anos.
Comparação com a Argentina
Com sinais de que o ciclo de alta dos juros pode estar chegando ao fim, podemos ver um realinhamento de expectativas. E se algo parecido com a Argentina acontecer por aqui, em menos de um ano já estaremos imersos em especulações eleitorais para 2026.


Esperar até que tudo fique claro tem um custo. O momento é macroeconomicamente favorável para emergentes e a Bolsa brasileira segue barata, com um P/L abaixo de 8x para os próximos 12 meses (vs. média histórica mais próxima de 12x).
Isso, em valores médios. Não são poucas as oportunidades ainda melhores que se apresentam nesse momento.
Daqui a pouco, quando os juros começarem a cair, muita gente vai perceber que várias empresas grandes e saudáveis já estão remunerando seus investidores – através de dividendos e recompras – a taxas acima de 100% do CDI, com potencial de multiplicar o capital no longo prazo caso o cenário minimamente não piore.
E você, já está comprando? Eu estou.
Aliás, junto com o time da EQI Research, selecionei 10 ações que podem valorizar muito caso o cenário do “Grande Reset” brasileiro se concretize. Essa é uma tese que defendemos ao lado do nosso CEO, Juliano Custódio.
Quer saber quais são essas ações? Clique aqui.
P.S.: Ainda não viu o vídeo do Juliano sobre o Grande Reset? Veja aqui.
Por Felipe Paletta, analista CNPI da EQI Research





