A Irani Papel e Embalagem ($RANI3) existe há mais de 8 décadas na área de papel. Ela tem vários produtos voltados para embalagem e possui um forte viés socioambiental.
A companhia é uma das líderes nacionais no setor da papelaria. Entre suas atividades, consegue se destacar por cuidar de diversas partes do processo, como:
- Produção de matéria-prima;
- Manipulação e otimização;
- Pesquisa e finalização.
Suas mercadorias podem ser rígidas ou flexíveis para atender o máximo de clientes possíveis. Dessa forma, a Irani tem um controle total de sua fabricação.
AGENDA DE DIVIDENDOS: TENHA UM ANO INTEIRO DE RENDA PASSIVA
Essa estrutura permite que seus acordos sejam personalizados e ofereçam uma experiência diferente a cada consumidor.
Com estratégias de ampliação e melhorias para os próximos anos já mapeadas, a companhia tem chamado a atenção dos investidores.
História da Irani
A Irani Papel e Embalagem (RANI3) nasceu em 6 de junho de 1941 em Campina da Anta (SC). As primeiras máquinas chegaram no ano seguinte.
Em 1944, começou a produzir papel a partir de celulose e pasta mecânica. Apenas dois anos depois, começou a usar árvores reflorestadas para fabricar suas embalagens. Para auxiliar o fornecimento de energia da área, chegou a investir em uma barragem construída na região.
O isolamento geográfico dificultou seu reconhecimento nacional, por isso começou a investir em eletricidade e em maquinário. Com isso, entre 1961 e 1962, a empresa começou um viveiro próprio com mudas de sementes.
Anos 1970
A década de 1970 foi muito produtiva pelas políticas de incentivo adotadas, o que fez sua demanda crescer. Em 1978, a Irani alcançou a marca de 32,4 mil toneladas de papel. Seus principais produtos eram:
- Jornal;
- Manilha;
- Manilhinha;
- Cartão;
- Kraft ouro;
- Kraft verde.
Década de 1980
Em 1980, a Irani começou a se consolidar no mercado nacional e modernizou ainda mais sua infraestrutura. A empresa passou a implementar o sistema de tratamento de resíduos para recuperar produtos químicos usados em seus processos.
Anos 1990
No começo da década de 1990, a economia brasileira apresentava muitas variações no setor econômico. Para melhorar suas finanças, o controle acionário da Irani foi assumido pelo Grupo Habitasul.
Em 1997, a Irani adquiriu a Orprin Fábrica de Papel Ondulado, iniciando a Irani Papel e Embalagem no setor. Dois anos depois, incorporou a Unidade Fabril Móveis, destinada a atender os Estados Unidos e a Europa.
Estratégia da Irani
A indústria alimentícia é um setor importante no segmento de papel para embalagens, impulsionado pela demanda auxiliar. Mas não só isso: sacos de papel também podem servir para embalar materiais em pó, como gesso, cimento, açúcar de grão fino, argilas.
Para isso, são necessários papéis de alta qualidade, que podem ser fabricados apenas com a fibra virgem, com papel reciclado ou de forma mista, utilizando as duas classes.
Segundo Luís Moran, head de Research da EQI Investimentos, o Brasil é o sexto maior mercado do mundo em embalagens de papel, em números absolutos. Contudo, a utilização relativa per capita ainda é pequena em relação a mercados desenvolvidos.
“O setor de embalagens se benificia da extrema competitividade do Brasil na produção de celulose. Por produtividade, que é medida por quantidade de celulose por hectare, o Brasil é campeão mundial“, diz o especialista.
Quarta maior produtora de papel e embalagem do país, com mais de 34 mil hectares espalhados por lugares estratégias no Brasil, nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com oito décadas de experiência e mais de 50 prêmios ambientais, hoje em dia, a Irani já está consolidada em todo o território brasileiro e tem muitos clientes. Contudo, ainda busca novas estratégias de administração para continuar crescendo e se manter competitiva.
Em termos financeiros, do total do mercado brasileiro de embalagens do ano de 2022, cerca de 25% está diretamente ligado ao segmento de atuação da Irani, o que equivale a aproximadamente R$ 30 bilhões.
Segundo dados da Embapel, a expedição de papelão ondulado no Brasil cresceu 4,9% na base anual entre 2022 e 2023.
Moran aponta que o setor de embalagens vem crescendo mais do que o produto interno bruto (PIB) nos últimos anos por uma série de fatores: a crescente adoção de embalagens mais amigáveis para o meio ambiente, crescimento do delivery de comidas, resiliência do setor de alimentos.
Sustentabilidade: essência dos negócios
A sustentabilidade tem sido a essência dos negócios da organização e é sua principal tática. A Irani conseguiu destaque na área ambiental por manter um controle rigoroso na produção e monitorar seu consumo de substâncias.
A sustentabilidade corporativa está em alta: as pessoas acreditam fortemente que as empresas devem ajudar a melhorar o meio ambiente.
O lado social da Irani tem sido muito considerado por seus gestores. Para isso, desenvolvem comunidades ao redor de suas unidades pelo país. Algumas de suas ações são:
- Serviços comunitários;
- Fornecimento de energias;
- Parcerias municipais.
No último ano, a Irani migrou para o Novo Mercado da B3, o que impulsionou a conquista de novos acionistas. Contudo, sua governança teve de passar por muitas mudanças para atender os requisitos necessários de acordo com os padrões estabelecidos.
CHECKLIST DE FIIS: TENHA OS MELHORES FUNDOS EM SUA CARTEIRA
Consciência social
As principais estratégias que a Irani estabelece para o futuro são:
- Segurança ocupacional – Zero acidentes de trabalho;
- Diversidade – Ter mais mulheres contratadas;
- Água – Reduzir o consumo;
- Energia – Ser autossuficiente em geração renovável;
- Resíduos – Zerar a emissão de lixos para aterros;
- Mudanças climáticas – Aumentar o saldo positivo entre suas emissões de carbono.
Como o produto tem se destacado
O seu produto tem sido muito preterido por empresas que querem substituir o plástico. Por isso, a empresa tem investido em mídias que possam reforçar a sustentabilidade dos papéis e papelões.
Todo o processo produtivo da Irani começa no viveiro: pegam um tubete, colocam uma semente de Pinus Taeda, e fazem a extração da celulose. Ele vai primeiro para a estufa, para emergência, e depois a céu aberto, e pode ficar até 12 meses para, depois, ir à floresta. Sua capacidade é de produzir 5 milhões de mudas. Apenas em 2022, foram produzidas 2,5 milhões.
No Brasil, Pinus Taeda é a espécie mais plantada entre os pinus, abrangendo aproximadamente 1 milhão de hectares, no planalto da Região Sul do Brasil, onde é utilizado para produção de celulose, papel, madeira serrada, chapas e madeira reconstituída.
Com base florestal própria, a Irani conta com a garantia de fornecimento de matéria-prima e estabilidade nos custos de produção.
Toda linha de papel fabricado 100% com fibra virgem vem da base florestal da companhia.
Desafios à frente
Segundo Luís Moran, a expansão suficientemente grande da demanda no mercado doméstico para absorver a capacidade de produção da companhia é um dos principais desafios do setor, no Brasil, atualmente. “A escala mínima necessária para expansão orgânica rentável tem aumentado nas últimas décadas“, disse.
Além disso, o acesso à terra barata em uma localização que faça sentido logístico é outro desafio. “A competição por terra no Brasil tem se acirrado nos últimos tempos, com preços crescentes e outras culturas na disputa“, aponta.
Outro ponto é a competição maior com grandes grupos estrangeiros de papel e celulose, que contam com grande escala e capital barato.
Irani na bolsa de valores
A empresa é listada na bolsa de valores brasileira, a B3 ($B3SA3), há anos. A Irani faz parte do segmento do Novo Mercado, um grupo restrito de empresas que são consideradas bons exemplos de governança corporativa.
A Irani se tornou a primeira companhia de embalagens focada em papel ondulado a entrar no Novo Mercado. Na época, ao final de 2020, a Suzano ($SUZB3) foi a primeira do setor de papel e celulose a concluir a migração.
As ações $RANI3, no entanto, não pertencem à carteira teórica do Ibovespa.
Segmento em que atua
O segmento principal da Irani é o de materiais básicos, com ênfase em papel e celulose. A companhia tem uma atuação sólida em três áreas essenciais.
A primeira é de papelão ondulado, utilizado em vários setores, o que oferece muitos clientes em potencial. É a parte mais relevante da empresa e representa a sua maior receita líquida atualmente.
Seu segmento de papel para embalagem é o segundo que mais se destaca. Houve um impulso no mercado de embalagens ocasionado pela Covid-19, no qual o mercado de delivery e e-commerce foi extremamente demandado.
Um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a pedido da Associação Brasileira de Embalagens (ABRE), apontou um crescimento constante nesse setor entre os anos de 2016 e 2020.
Na amostragem, constatou-se que a indústria de embalagens brasileira cresceu cerca de R$ 25,8 bilhões no período.
Por último, resina e venda de madeira constituem a última fonte de renda da Irani.
Projeto Gaia
A Irani também visa ser autossuficiente energeticamente. A execução do Projeto Gaia, com valor de mais de R$ 1 bilhão, vai proporcionar isso para a empresa.
Dentro do Gaia há vários subprojetos, mas o mais importante é a conclusão da caldeira de recuperação, que vai possibilitar o aumento da produção aliado a autossuficiência em energia.
O head de Research da EQI Investimentos aponta que a chave está na capacidade de “execução a curto e médio prazo do Projeto Gaia”.
“O investimento é por fases, com o total de R$ 1,1 bilhão em aportes. O projeto vai proporcionar a expansão de 29% da capacidade de produção de celulose, 23% de papelão ondulado, assim como aumento significativo na geração de energia própria e ganho de eficiência no processo como um todo“, explica Luís Moran.
Lucro líquido da Irani sobe 170,3% no 2T23
A Irani registrou lucro líquido de R$ 226,7 milhões no segundo trimestre do ano (2T23) ante R$ 84,6 milhões no mesmo período do ano passado, tendo uma alta de 170,3%. O balanço da empresa foi divulgado na segunda-feira (31).
No acumulado do primeiro semestre, a empresa de papel e celulose registrou ganhos de R$ 311,7 milhões contra R$ 196,7 milhões do primeiro semestre de 2022, obtendo uma elevação de 58,4%.
Já a receita líquida de vendas da Irani foi de R$ 394,4 milhões contra R$ 428,9 milhões, com uma queda de 3,1% no indicador.
O ebitda ajustado (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa no segundo trimestre foi de R$ 117 milhões. O resultado é 19,2% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando havia atingido R$ 144,8 milhões.
A companhia informou que o crescimento do lucro líquido trimestral está relacionado principalmente ao reconhecimento de crédito de PIS/Cofins sobre aquisições de aparas, objeto de trânsito em julgado de decisão judicial favorável à companhia, que reconheceu o direito ao crédito.
Desempenho na crise
O valor do papelão reciclável usado pela Irani teve um aumento na pandemia. A oferta do produto no mercado diminuiu, o que precisou ser administrado com altas pontuais de preço.
Por conta de sua gestão, a Irani conseguiu se organizar para não perder lucro e manter-se competitiva. A empresa precisou trabalhar sem desperdícios e de forma inteligente.
A Irani finalizou o ano com números positivos, mostrando uma recuperação econômica no período.
Maiores acionistas da Irani
A empresa disponibiliza sua grade de maiores acionistas em seu portal online. Ela trabalha apenas com as ações ordinárias (ON). No cenário atual, os grandes investidores são os seguintes:
- Irani Participações – 40,07%
- Companhia Habitual de Participações – 6,64%
- Habitasul Desenvolvimentos Imobiliários – 9,27%
- Ações em Tesouraria – 1,79%
- Outros – 42,23%
Os últimos citados são pessoas físicas e jurídicas que possuem pequenas porcentagens. Todo o controle administrativo é feito de forma interna pelos gestores da Irani.
- Você leu sobre a Irani. Se quiser se atualizar sobre todos os temas do mercado e aprender a investir com quem é referência, clique aqui e garanta seu lugar na Money Week! O evento, online e gratuito, será realizado entre os dias 14 e 17 de agosto. Não perca!