O IPO do Nubank (NU; ROXO34) completou dois anos na última semana. Em 9 de dezembro de 2021, o banco digital estreou na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) e levantou US$ 2,3 bilhões, em uma das maiores aberturas de capital daquele ano.
Na época, a companhia ainda registrava prejuízos em seus balanços e tinha um total de 48 milhões de clientes. Agora, no terceiro trimestre de 2023 (3TRI23), apurou um lucro de US$ 303 milhões e tem mais de 89 milhões de usuários em sua base.
Apesar dos avanços, o avanço das ações não foi algo constante. O papel do Nubank foi precificado a US$ 9, e chegou à máxima de US$ 11,85 nos dias seguintes, tornando o Nubank o banco mais valioso da América Latina – superando até o Itaú (ITUB4). Os meses seguintes foram de uma trajetória de queda constante, sem nunca mais retomar o preço da estreia.
Nesta sexta-feira (15), os papéis são negociados a US$ 8,34 na NYSE. No ano, a valorização é de 134,13%.

Nubank após o IPO: o que mudou
Segundo a instituição, em entrevista ao jornal Valor Econômico, o momento do IPO foi ideal para uma boa capitalização da empresa, em um ambiente macroeconômico mais desafiador que estava por vir no ano seguinte. Desde sua abertura de capital, adicionou 65 produtos e recursos no aplicativo, e também atua em mercados como México e Colômbia.
Segundo o fundador e CEO global do Nubank, David Vélez, o preço das ações de empresas de tecnologia foi fortemente impactado nos últimos dois anos, sobretudo pelo panorama macroeconômico global. “Isso não tem qualquer relação com o desempenho da empresa, como fica claro pelos nossos resultados”, disse.
Vélez afirma que a receita do grupo cresceu quatro vezes desde o IPO. Em termos de crescimento de clientes, o banco digital ganhou mais de 32 milhões de novos usuários. “Não nos preocupamos tanto com a flutuação natural das ações, mas com a visão de longo prazo“.
Novos mercados
O Nubank busca expandir seu potencial no mercado de crédito também. “O crédito consignado, mesmo ainda incipiente, continua a progredir de acordo com nossas expectativas, com uma variedade crescente de opções, reforçando nosso modelo de negócios bem-sucedido”.
No empréstimo pessoal, o Nubank praticamente dobrou a originação trimestral em 2023, contra o mesmo período do ano passado, atingindo R$ 8,9 bilhões no 3TRI23 – cerca de 20% da originação total do mercado brasileiro no intervalo.
“Sabemos que crédito no mercado brasileiro é uma das maiores dores dos clientes e temos sistemas tecnológicos avançados para endereçar esse tema de forma responsável e vantajosa para eles”, disse o executivo ao jornal.
O Brasil continuará sendo o principal mercado do Nubank, mas México e Colômbia estão na mira da fintech, com base no grande potencial de crescimento que têm.