O Grupo Toky na B3 inicia um novo capítulo em sua trajetória. A Mobly ($MBLY3) anunciou que passará oficialmente a negociar suas ações na bolsa sob o novo ticker TOKY3 a partir da próxima segunda-feira (26).
A mudança ocorreu após a Justiça revogar uma liminar que havia suspendido parcialmente as deliberações tomadas na assembleia de acionistas realizada em 30 de abril.
Novo nome e ticker do Grupo Toky na B3
Com a decisão judicial proferida pela 1ª Vara Empresarial e Conflitos de Arbitragem de São Paulo na última quarta-feira (14), todas as deliberações daquela assembleia entraram integralmente em vigor, incluindo a alteração do nome da empresa para Grupo Toky. Assim, o Grupo Toky na B3 se consolida como a nova identidade da antiga Mobly.
A empresa, que controla as marcas Mobly e Tok&Stok no segmento de móveis e decoração, informou através de comunicado que a nova versão do estatuto social já está disponível nos sites oficiais da companhia, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da B3.
Desfecho de disputa acionária
A mudança ocorre em meio ao encerramento de uma intensa disputa acionária com a família Dubrule, fundadora da Tok&Stok. No último dia 12 de maio, os Dubrule desistiram oficialmente da oferta pública voluntária para aquisição do controle da companhia (OPA), que havia sido publicada em 15 de abril.
A família Dubrule, através da Regain Participações, confirmou a revogação da oferta e informou que enviaria o edital de cancelamento à B3 no dia seguinte, com publicação prevista para 14 de maio no jornal Valor Econômico.
A proposta dos Dubrule envolvia uma OPA com valor de R$ 0,68 por ação, aproximadamente 51% abaixo da cotação das ações no dia anterior à oferta. Na manhã desta segunda, os papéis da Mobly (MBLY3) na B3 estão sendo negociados a R$ 1,04, acumulando desvalorização de 30% no ano e 52% nos últimos 12 meses.
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Batalha nos bastidores
Segundo o portal Neo Feed, fontes próximas ao caso informam que a disputa entre a família Dubrule e o Grupo Toky intensificou-se ao longo do processo da OPA, atingindo seu ápice quando a controladora da Mobly e Tok&Stok encontrou evidências de uma negociação paralela entre os Dubrule e a XXXLutz, proprietária da Home24 e controladora do grupo.
Durante o processo de integração tecnológica, foram descobertos aproximadamente 41 mil e-mails de Regis e Ghislaine Dubrule nos servidores da companhia, dos quais cerca de 400 mensagens estavam relacionadas a conversas com a XXXLutz. Estas mensagens sugeriam uma negociação para a retirada da cláusula de proteção contra ofertas hostis (poison pill), o que poderia prejudicar acionistas minoritários.
Em assembleia realizada em 30 de abril, cerca de 59,8 milhões de ações votaram contra a proposta feita pela controladora de eliminar tanto a poison pill quanto a necessidade de OPA para aquisições acima de 20% dos papéis. Os votos favoráveis somaram 54,5 milhões, representando basicamente o total de ações da Home24.
O Grupo Toky na B3 reiterou que seu conselho de administração e diretoria agiram em conformidade com seus deveres fiduciários perante a companhia e seus acionistas durante todo o processo. A empresa prometeu manter o mercado informado sobre quaisquer desdobramentos relacionados ao assunto.