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ADRs da Petrobras enfrentam assimetria entre avanço operacional e aperto financeiro, diz BTG

ADRs da Petrobras enfrentam assimetria entre avanço operacional e aperto financeiro, diz BTG

Em relatório recente, o BTG Pactual destaca que as ADRs da Petrobras ainda carregam uma “assimetria positiva” caso o país registre compressão do prêmio de risco

As ADRs da Petrobras (PETR4) seguem operando em um ambiente de contrastes, combinando perspectivas de expansão operacional com crescente pressão financeira, segundo avaliação de analistas após a atualização do modelo da companhia. Mesmo com a manutenção da recomendação de compra e do preço-alvo de US$ 15 por ação, por parte do banco BTG Pactual (BPAC11), especialistas apontam que o desempenho dos recibos negociados em Nova York dependerá, em grande parte, da trajetória do risco-Brasil no ciclo eleitoral de 2026.

Em relatório recente, o banco de investimentos destaca que as ADRs da Petrobras ainda carregam uma “assimetria positiva” caso o país registre compressão do prêmio de risco. A combinação entre um ambiente macro mais benigno e o aumento de produção previsto no campo de Búzios poderia reforçar a geração de fluxo de caixa livre e favorecer um re-rating das ações. Para 2026 e 2027, as estimativas atuais apontam para um FCFE yield de 9,7% e 13,8%, respectivamente, enquanto o dividend yield projetado para os mesmos anos é de 10,4% e 13,3%.

O novo Plano de Negócios 2026-30, divulgado recentemente, reforça o contraste entre a robustez operacional e o aperto financeiro. A Petrobras elevou novamente sua curva de produção, projetando 2,5 milhões de barris por dia em 2026, número considerado conservador por parte do mercado.

ADRs da Petrobras: pico de investimentos em 2027

Entretanto, o capex permanece elevado e agora deve alcançar seu pico apenas em 2027, impulsionado principalmente pelos investimentos em Búzios. Mesmo sob condições favoráveis — como Brent a US$ 70 o barril e câmbio em 5,80 —, as despesas elevadas com leasing e a transição de plataformas afretadas para próprias pressionam o Brent de equilíbrio para a faixa de US$ 59 a US$ 63.

Segundo o relatório do BTG, o aumento do investimento também tem comprimido o prêmio de retorno ao acionista, historicamente um dos diferenciais das ADRs da Petrobras no mercado internacional. Com a companhia mais exposta ao preço do barril no curto prazo e com margem de caixa mais apertada, analistas afirmam que qualquer movimento para aquisições fora do core de atuação pode diluir ainda mais o retorno aos acionistas. Nesse cenário, estimam que a Petrobras precisaria manter um prêmio de cerca de cinco pontos percentuais acima de suas concorrentes globais para seguir competitiva em termos ajustados ao risco.

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Ainda assim, especialistas destacam que o forte momento operacional da companhia continua como um ponto de sustentação para as ADRs da Petrobras. A execução disciplinada do plano, a revisão trimestral de projetos e a busca por redução de opex são fatores que podem contribuir para mitigar parte da pressão financeira. Entretanto, o cenário indica que o comportamento do risco-país será determinante para o apetite do investidor estrangeiro nos próximos trimestres.

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