A Gerdau (GGBR4) informou que estuda revisar seus planos de investimento no Brasil devido à crescente concorrência com o aço importado e à ausência de medidas eficazes de proteção à indústria nacional. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (1) pelo CEO da companhia, Gustavo Werneck, que classificou o cenário atual como “desleal” para os produtores locais.
“A falta de condições justas de competição está tornando insustentável manter o mesmo nível de aportes no país”, afirmou o executivo, durante coletiva com jornalistas. Segundo ele, o governo brasileiro tem se mostrado ineficiente em adotar medidas que garantam equilíbrio entre a produção nacional e a entrada de produtos estrangeiros com preços mais baixos.
Embora o plano atual de investimentos da Gerdau — de R$ 6 bilhões para este ano — esteja mantido, Werneck adiantou que a empresa já prepara uma redução nos aportes futuros voltados ao mercado brasileiro. Os detalhes dessa revisão serão apresentados em outubro, durante o dia do investidor promovido pela companhia.
Gerdau (GGBR4): alera da indústria siderúrgica
A declaração do CEO intensifica o alerta da indústria siderúrgica sobre os impactos da importação crescente de aço, especialmente da China, e reforça a pressão sobre o governo para reagir com salvaguardas comerciais e estímulos à competitividade.
A Gerdau é uma das maiores produtoras de aço da América Latina e tem presença significativa em países como Estados Unidos, Canadá e México. Nos últimos anos, a empresa vinha intensificando investimentos no Brasil, mas agora sinaliza uma mudança de rota diante das dificuldades enfrentadas no ambiente doméstico.
A companhia ontem reportou lucro líquido ajustado de R$ 864 milhões no segundo trimestre de 2025 (2TRI25). Na comparação anual, o resultado representa queda de 8,6% frente aos R$ 945 milhões apurados no 2TRI24.
A receita líquida da companhia no período alcança R$ 17,53 bilhões, crescimento de 5,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. As vendas de aço somam 2,823 milhões de toneladas, recuo de 1,2% frente ao 1T25 e aumento de 4,1% em relação ao 2TRI24.
O EBITDA ajustado da $GGBR4 atinge R$ 2,56 bilhões, com expansão de 6,6% na base trimestral, mas leve queda de 2,4% na comparação anual. A margem EBITDA ajustada vai a 14,6%, acima dos 13,8% do trimestre anterior, mas abaixo dos 15,8% registrados um ano antes.