Ex-executivos da Americanas (AMER3), como Marcelo Nunes e Flavia Carneiro, supostamente envolvidos no escândalo financeiro de 2023, tornaram-se alvo do Programa de Incentivo à Colaboração (PIC), ou seja, delação premiada.
A informação foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo, que aponta que a varejista ofereceu incentivos, ainda não divulgados publicamente, para que os dois colaborem com as investigações em andamento.
Segundo o advogado da Americanas, a medida visa auxiliar na reconstituição dos balanços financeiros da empresa, que foram impactados por fraudes e oscilações ligadas a outras companhias do grupo. A colaboração dos ex-executivos é vista como fundamental para entender a extensão das irregularidades e os efeitos sobre o mercado.
Americanas (AMER3): delação pode ter falta de transparência
Porém, de acordo com a publicação, especialistas em Direito ressaltam, no entanto, que embora o uso de programas de incentivo à colaboração não seja ilegal, a falta de transparência nos acordos pode gerar questionamentos. Para eles, é essencial que os detalhes dessas negociações sejam divulgados para evitar conflitos de interesse e assegurar a validade das informações prestadas no processo investigativo da AMER3.
Internamente, a empresa vem fazendo mudanças no conselho de administração. Na semana passada, um dos três acionistas de referência da empresa deixou o colegiado. Trata-se de Carlos Alberto Sicupira. Além dele, Paulo Lemann, filho do empresário Jorge Paulo Lemann – outro dos sócios de referência – também saiu.
A decisão, segundo informações do jornal O Estado de São Paulo, ocorreu após a indicação de novos nomes pelos bancos credores, que se tornaram acionistas com direito a voto como parte do plano de recuperação judicial da rede varejista.
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