A maioria das empresas que fizeram IPO, ou seja, abriram seu capital na bolsa de valores, desde a pandemia da covid-19, está operando hoje no vermelho. Atualmente, um percentual de 85% das companhias que abriram seu capital enfrentam dificuldades financeiras. Luís Moran, head da EQI Research, alertou, em entrevista ao Valor Investe, que é preciso ser seletivo ao investir nessas companhias.
Levantamento do portal divulgou que das 75 companhias abriram seu capital na bolsa, 64 estão no vermelho e hoje valem menos do valor levantado em seus respectivos IPOs. Por isso, os investimentos nas empresas depende de uma conjunção de fatores, de acordo com a publicação.
Com relação às small caps, o que joga contra esse tipo de empresa é o fato delas terem uma perspectiva de retorno mais longa. O que pode tornar essas companhias vulneráveis à flutuação das taxas de juros futuras.
“Principalmente as empresas de tecnologia (ou ligadas ao tema) foram mais afetadas”, aponta Moran.
Empresas que fizeram IPO: pandemia e guerra no meio do caminho
A pandemia certamente prejudicou muitas companhias, como as ligadas ao setor de viagens. Dois anos após os primeiros casos de covid-19 surgirem, mais um novo componente de risco aparece: a guerra da Ucrânia.
A publicação aponta que, do grupo das 64 empresas que tomaram prejuízos, a queda das ações foi de 41%, em média. Essa redução teve uma parte da contribuição das empresas ligadas às commodities, que tiveram um bom início em 2022, graças à elevação dos preços por conta da guerra.
Porém, o ano passado, com esse cenário, trouxe dificuldades para as empresas que não estavam suficientemente maduras ou que possuíam financiamento garantido para seu planejamento. Ou então tiveram dificuldades em executar seus planos de negócios.
“Em alguns casos, a mera percepção de fraqueza do ativo foi suficiente para afastar o investidor. Aliás, esse foi o grande problema: com juros altos, muita gente quis sair desse mercado e não houve um comprador marginal, alguém que fosse capaz de selecionar os bons casos daqueles mais fracos e prover a liquidez necessária para que os preços se comportassem mais ordenadamente”, completa Moran.
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