Das 2,4 mil empresas na bolsa de Nova York, 34 são brasileiras, incluindo grandes nomes como Vale, Petrobras e Itaú Unibanco, que têm presença dupla com ADRs. Com o mercado de IPOs se aquecendo globalmente, o vice-presidente da Nyse, John Tuttle, está agendando reuniões com executivos de empresas brasileiras listadas nos EUA.
Muitas empresas locais encontram justificação para se listar nos Estados Unidos, não apenas para alcançar o mercado global mais amplo e atrair uma base de investidores diversificada, mas também porque têm objetivos distintos, com muitas delas visando à expansão internacional. Segundo ele, em entrevista ao Valor Econômico, a lista de empresas brasileiras interessadas continua a crescer.
“À medida que a janela de IPO se abre, estamos entusiasmados em receber empresas de todos os Estados Unidos, mas na verdade de todo o mundo, incluindo o Brasil. São empresas dos setores de energia, saúde, tecnologia… E assim passaremos tempo com eles para ajudar essas empresas a se preparar. Porque quando estiverem prontas para vir para os EUA, os mercados estarão prontos para recebê-las“, pontuou.
No passado, a Nyse chegou a considerar uma parceria para estabelecer uma operação local, mas esses planos foram abandonados. Tuttle não descarta a possibilidade de um movimento nessa direção no futuro, porém, enfatiza que, no momento, o foco está em apoiar as empresas brasileiras, assim como os investidores.
Neste ano, o executivo concentrará sua viagem em São Paulo. Em 2023, durante sua visita anterior, ele dedicou seu tempo ao Rio de Janeiro e a Brasília, onde se reuniu com alguns dos principais nomes do governo. Desta vez, Brasília não está incluída na agenda. Isso se deve ao fato de que, em setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), estiveram em Nova York.
Empresas brasileiras nos EUA: Brasil é ‘top 5’
Em entrevista para o Valor Econômico, John Tuttle destaca que a bolsa de valores de Nova York possui 2,4 mil empresas listadas, o que representa quase, ou está perto de, US$ 40 trilhões em valor de mercado. O executivo ainda pontuou que é notável que essas empresas empregam diretamente 43 milhões de pessoas, o que é uma contribuição significativa globalmente.
Ele ainda lembra que quando observamos além dos Estados Unidos, o Brasil está entre os cinco principais países em termos de listagens. “Estamos extremamente orgulhosos da comunidade empresarial que construímos e ansiosos para expandi-la ainda mais“.
Benefício da bolsa de Nova York
Diversas empresas atribuem valor a diferentes aspectos e existem distintos perfis empresariais. Algumas administram operações globais, enquanto outras são de caráter nacional, desejando expandir-se e ter uma moeda de ações denominada em dólares para possíveis fusões e aquisições.
Para Tuttle, aquelas que almejam se tornar empresas globais frequentemente também aspiram a ser listadas na Bolsa de Valores de Nova York.
Parceria da Nyse para operação local
Quando questionado sobre a parceria para estabelecer uma operação local que a Nyse já considerou no passado, o executivo enfatiza que a prioridade atual é apoiar as empresas no Brasil e esses investidores.
“Temos presença global e mantemos relações produtivas com muitas das bolsas em todo o mundo. Atualmente, operamos em mais de uma dúzia de bolsas no mundo. Nossa prioridade é apoiar as empresas no Brasil e esses investidores“.
Momento dos IPOs
Com o início do Federal Reserve (Fed) elevando as taxas de juros, houve uma mudança significativa e rápida em direção a um ritmo mais lento. No entanto, nesta semana ocorreu um ressurgimento, com o IPO de grande escala do Reddit na Bolsa de Valores de Nova York.
Ao comentar esse ponto, John Tuttle destacou na entrevista: “à medida que a janela de IPO se abre, estamos entusiasmados em receber empresas de todos os Estados Unidos, mas na verdade de todo o mundo, incluindo o Brasil. Portanto, essas empresas vêm dos setores de energia, saúde, tecnologia. E assim passaremos tempo com eles para ajudar essas empresas a se prepararem. Porque quando estiverem prontas para vir para os EUA, os mercados estarão prontos para recebê-las“.
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