A conferência anual da Berkshire Hathaway (BRK; BERK34), marcada para este sábado (3), atraiu uma delegação brasileira ansiosa por ouvir Warren Buffett em um momento decisivo para a economia global. Com o mundo passando por reconfigurações geopolíticas e econômicas, investidores querem entender o que o lendário bilionário pretende fazer com os impressionantes US$ 330 bilhões que a empresa acumulou em caixa ou títulos de curto prazo, um aumento de mais de 100% em apenas um ano.
Essa curiosidade trouxe mais de 50 brasileiros a Omaha, nos Estados Unidos, em uma imersão que foi além da curiosidade turística. O grupo passou por um curso na Columbia Business School sobre “value investing”, o método que consagrou Buffett, e agora se prepara para ver de perto o investidor que inspira suas estratégias.
Berkshire Hathaway: mais que cifras
A busca vai além dos números. Segundo informações do MSN, os participantes querem entender a filosofia por trás das decisões. Para Francisco Schmidt, conselheiro empresarial, o foco está na estratégia com o gigantesco caixa: “Ele sempre navegou bem pelas crises. Quero ver onde vai colocar esses dólares”.
Já Maria Pia Barros Tigre, advogada do Rio de Janeiro, quer algo mais pessoal: “Tenho curiosidade sobre o que ele mais sente falta do Munger”, em referência a Charles Munger, parceiro de décadas de Buffett, falecido em 2023. O sentimento coletivo é de respeito a uma forma de pensar que combina disciplina, visão de longo prazo e humildade diante da incerteza.
Expectativas práticas dos investidores
Há também os que buscam respostas diretas. A economista Camila Winck espera ser sorteada para fazer uma pergunta diretamente a Buffett: “Se ele só pudesse investir em um tipo de negócio, escolheria ações ou empresas privadas?”. Outros, como o consultor Cássio Nardon, querem ouvir sobre erros, não apenas sucessos. “Os acertos já conhecemos. Quero conselhos sobre como errar menos, com paciência e consistência”.
Buffett como guia em tempos incertos
A reunião anual da Berkshire Hathaway é, para muitos, um evento de formação — quase uma aula magna sobre como investir com sabedoria em tempos instáveis. O empresário Davi Ramos resume bem o espírito do grupo: “Se todo investidor pensasse no longo prazo como Buffett, o Brasil teria um mercado melhor”. Para esses brasileiros, o encontro em Omaha é mais que um evento: é uma chance de absorver os fundamentos de uma mente que, mesmo aos 93 anos, continua moldando o pensamento de investidores ao redor do mundo.
