A Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig (CMIG4) já pode concluir a venda de hidrelétricas à Furnas, após receber aprovação da Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
A autorização se dá sem restrições, e o valor da operação alcança os R$ 600 milhões, lembrando que a estatal vendeu participação de 49,9% na usina hidrelétrica Retiro Baixo, localizada entre Curvelo (MG) e Pompéu (MG), por R$ 200,4 milhões.
Dados operacionais indicam que o ativo tem potência instalada de 81,1 megawatts (MW) e garantia física de 34,8 MW.
A participação indireta de 34% que detém na usina hidrelétrica Baguari, em Governador Valadares (MG), foi vendida por R$ 393 milhões. O ativo tem potência instalada de 140 MW e garantia física de 81,9 MW.
Vale lembrar que a Furnas é subsidiária da Eletrobras (ELET3, ELET6) e, desta forma, com a conclusão das aquisições, o grupo passará a deter, indiretamente, 98,9% de participação na usina hidrelétrica de Retiro Baixo e 100% da usina hidrelétrica de Baguari.
A operação ainda depende de aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Se não for questionada nos próximos 15 dias no Cade fica valendo definitivamente o despacho da SG/Cade.
Cemig (CMIG4): governador mineiro
A venda das referidas usinas tem por razão uma intenção de desinvestimentos, de forma a tornar a companhia mais enxuta e, assim, prepará-la para a desestatização.
Por este motivo, a direção da Cemig, nomeada pelo governo de Romeu Zema (Novo), lançou em março deste ano um edital de venda de 15 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e centrais geradoras hidrelétricas (CGHs) da empresa estatal. O leilão está previsto para 10 de agosto deste ano.
De acordo com dados do governo mineiro, o valor mínimo para adquirir as 15 estruturas, que estão localizadas em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, é de R$ 48,2 milhões. Porém, apenas a PCH São Bernardo, uma das que será vendida pela empresa, recebeu, em 2005, o financiamento de R$ 34,32 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) para sua implantação.
A iniciativa tem a adesão da elite política do Estado, mas enfrenta resistência das entidades de classe. A venda dos ativos é dada como certa, mas a privatização da Cemig é vista com certa desconfiança pelo mercado, pois pode não ocorrer.
Bolsa
Por volta das 15h45 a ação CMIG4 subia 1,36%, cotada em R$ 12,70.

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