O banco BTG Pactual (BPAC11) divulgou nesta segunda-feira (2) relatório sobre a Petrobras (PETR3; PETR4), com recomendação neutra para as ações da companhia, após análise de conjuntura a partir da nomeação do novo presidente, Jean-Paul Prates, e do ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira.
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As ações da empresa tiveram forte baixa nesta segunda-feira, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a retirada da empresa do plano de privatizações. As ações PETR3, ordinárias e com direito a voto, eram negociadas a R$ 26,12 por volta das 16h, queda próxima de 7%.
Os papéis PETR4, preferenciais no recebimento de dividendos, eram cotadas a R$ 22,96 no mesmo horário, queda de 6,25%. Estas ações seguem com preço-alvo de R$ 35,70, nas estimativas do BTG.
“Prates está no radar há algum tempo e, à medida que sua possível indicação ganhou força, acreditamos que o mercado começou a precificar chances menores de um nome inesperado desencadear mudanças estratégicas mais drásticas na empresa. A melhora no sentimento do mercado também pode ser atribuída à possibilidade de um fundo de estabilização de preços de combustível apoiado pelo governo, o que poderia reduzir as pressões sobre as margens do downstream da Petrobras, embora poucos detalhes sobre esse programa tenham sido fornecidos até agora, afirmam os analistas no relatório.
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Prates deve levar um tempo até assumir o cargo.
O mandato do atual CEO, Caio Paes de Andrade, termina em abril de 2023, o que pode impedir que Prates assuma o comando em breve. Paes de Andrade, no entanto, deve deixar o cargo em breve, pois recebeu convite para trabalhar com o novo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para ocupar a Secretaria de Gestão de Governo Digital.
“Em nossas estimativas, um cenário otimista para Prates levaria pelo menos 30 dias. Isso pressupõe que o atual Conselho elegeria Prates como CEO após a aprovação dos comitês internos da Petrobras. Mas se o atual Conselho eleger outro CEO interino (provavelmente alguém que já faz parte da equipe de gestão) e/ou os comitês internos da Petrobras demorarem mais do que o esperado para aprovar a indicação de Prates, todo o processo pode levar até 60 dias. De qualquer forma, a indicação de Prates terá que ser ratificada em Assembleia Geral, que só ocorrerá no mínimo 15 dias após a convocação”, afirma o relatório.
Há dúvidas ainda sobre se a indicação de Prates não fere a Lei das Estatais, que prevê uma quarentena de 360 dias para nomes que tenham exercido atividade remunerada em campanhas eleitorais na nomeação para direção ou conselhos de administração de estatais.
Candidato a prefeito de Natal (RN) em 2020 e a suplente de senador na última eleição, encerrada em 30 de outubro, Prates negou ter recebido remuneração e, por isso, não se enquadrar. De qualquer forma, a Câmara já aprovou a redução desse período para 30 dias, mudança que ainda precisa passar pelo Senado. A tendência, porém, é que essa lei não seja obstáculo para a aprovação do nome de Prates.
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Quem é Jean-Paul Prates
Jean-Paul Prates é graduado em economia (PUC-RJ) e direito (UERJ), com mestrado em Planejamento Energético e Gestão Ambiental pela Universidade da Pensilvânia e em Economia de Petróleo e Gás pelo IFP (Paris). Atuou como assessor em empreendimentos público-privados de petróleo, gás, biocombustíveis e energias renováveis, tendo sido assessor jurídico da Petrobras Internacional na década de 1980.
Na carreira política, foi secretário de Energia do Estado do Rio Grande do Norte e atualmente é senador, com mandato a se encerrar neste mês. Ele também escreveu o projeto de lei que estabelece a estrutura legal recentemente aprovada no Brasil para energia eólica offshore e participou de vários projetos de lei para reduzir os preços dos combustíveis este ano.
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“Muito cedo para apostar em águas calmas”
A Petrobras atraiu investidores nos últimos tempos, especialmente para os papéis PETR4, por se firmar como uma das maiores pagadoras de dividendos do mundo, inclusive com adiantamento de valores. A tendência, contudo, é que num governo de postura mais intervencionista, essa política seja modificada.
Silveira e Prates disseram na semana passada que a política de preços de combustíveis da Petrobras será revista, e veículos de imprensa têm informado que o relatório completo da equipe de transição energética do novo governo pedia a revisão do Plano Estratégico da Petrobras em até 60 dias após a posse, incluindo mais recursos para o segmento de refino.
“O simples fato de haver esforços para mudar o Plano Estratégico deve ser suficiente para aumentar a volatilidade das ações. Também sentimos que qualquer decisão de reduzir o payout da Petrobras pode ser repentina, provocando uma rápida deterioração na percepção de risco. Assim, ainda recomendamos cautela e permanecemos neutros”, concluem os analistas..
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