O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de R$ 200 milhões para a Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer (EMBJ3) dedicada ao desenvolvimento de aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOLs). Os recursos serão utilizados na integração e no funcionamento dos motores elétricos do primeiro modelo certificável da empresa, além da preparação para a campanha de testes exigida pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
Do total aprovado, R$ 160 milhões serão provenientes do Fundo Clima e outros R$ 40 milhões da linha Finem. Segundo o BNDES, o apoio reforça o compromisso da instituição com tecnologias de baixo carbono e com a expansão de soluções sustentáveis no setor de Mobilidade Aérea Urbana (UAM).
O anúncio ocorreu em São Paulo, durante a celebração da listagem da Eve na B3. A cerimônia contou com o tradicional toque de campainha, simbolizando o início da negociação das ações da companhia no mercado brasileiro — um passo considerado estratégico para ampliar a base de investidores, complementar a presença da empresa na Bolsa de Nova York (NYSE) e fortalecer sua estrutura de capital.
eVTOL: projeto é relevante, de acordo com BNDES
Durante o evento, o diretor Financeiro e de Mercado de Capitais do BNDES, Alexandre Abreu, destacou a relevância tecnológica do projeto. Ele apontou que o desenvolvimento do eVTOL coloca o Brasil em posição competitiva global.
“Quando olhamos o filme do eVTOL voando sobre São Paulo, é impossível como brasileiro não parar e pensar: nós no Brasil estamos construindo uma coisa revolucionária. […] A Embraer é um orgulho, é mais que uma empresa de aviação, é o símbolo de um Brasil que dá certo”, afirmou.
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Abreu ressaltou ainda o retorno do BNDES ao mercado de capitais após uma década sem atuar nesse tipo de investimento.
Com capacidade para quatro passageiros e um piloto, o eVTOL da Eve terá alcance de 100 quilômetros e compartimento para duas malas ou quatro bagagens de mão. Seu projeto inclui oito motores elétricos elevadores — responsáveis pelo voo vertical — e um motor traseiro para navegação horizontal. Segundo a empresa, o modelo promete reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa em comparação com helicópteros e automóveis convencionais.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, reforçou o potencial disruptivo da tecnologia. Ele lembrou que o programa já acumula 2,8 mil encomendas em nove países e que a meta é realizar o primeiro voo em 2026.
“Queremos que o primeiro voo aconteça em 2026, 120 anos após o voo do 14-Bis, um feito histórico de Santos Dumont e legado para o mundo”, afirmou.
Para a Eve, o financiamento marca um avanço fundamental. O CFO Eduardo Couto destacou que os recursos permitirão acelerar a integração do sistema de propulsão elétrica, etapa decisiva para garantir desempenho e segurança na certificação.
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