A WEG (WEGE3), fabricante catarinense de equipamentos elétricos, vive um momento de maior cautela no mercado após divulgar resultados abaixo do esperado no primeiro trimestre de 2025. Diante do desempenho considerado fraco, o BTG Pactual (BPAC11) reduziu o preço-alvo das ações da companhia de R$ 61 para R$ 56, ainda mantendo a recomendação de compra.
O principal motivo para o ajuste foi o desempenho decepcionante no primeiro trimestre do ano (1TRI25), marcado pela terceira queda consecutiva nas margens operacionais e por um crescimento de receita aquém das expectativas. Desde a divulgação do balanço, os papéis da empresa acumulam queda de 16%.
Como reflexo do cenário mais desafiador, o BTG revisou para baixo as projeções de lucro da WEG, cortando em 8% a estimativa para 2025 e em 6% para 2026. Agora, espera-se um lucro líquido de R$ 7 bilhões em 2025 e R$ 8,2 bilhões em 2026. A previsão de crescimento da receita neste ano foi ajustada para 18%, sendo 6 a 7 pontos percentuais provenientes da aquisição da Regal e o restante do crescimento orgânico. Já a margem EBITDA projetada foi revista para 22% em 2025 e 22,2% em 2026.
WEG (WEGE3): BTG avalia múltiplos atuais em 25 vezes para este ano
Mesmo com a piora de curto prazo, o banco de investimentos avalia que os múltiplos atuais — 25 vezes o lucro estimado para 2025 e 22 vezes para 2026 — se aproximam do piso histórico da empresa e refletem seus diferenciais competitivos, como elevada rentabilidade, baixo endividamento e forte presença global.
Para o segundo trimestre, contudo, a expectativa segue modesta. A WEG deve continuar enfrentando desafios como o impacto do mix de produtos com maior peso da energia solar, câmbio menos favorável e custos ainda elevados de matérias-primas como o cobre. A melhora mais expressiva é esperada apenas no segundo semestre.
Além disso, há preocupações com a possível imposição de tarifas nos Estados Unidos sobre produtos fabricados no México, onde a empresa produz parte dos transformadores destinados ao mercado norte-americano. Como resposta, a companhia estuda acelerar investimentos em capacidade nos EUA e ampliar exportações a partir do Brasil.
Para os analistas, a WEG precisa retomar o fôlego no crescimento e nas margens para reconquistar a confiança do mercado. Embora o cenário exija prudência, o potencial de valorização de longo prazo permanece, sustentado por fundamentos sólidos e estratégias de mitigação de riscos já em andamento.