O BTG Pactual (BPAC11) mantém compra para Banco do Brasil (BBAS3) após a divulgação do balanço referente ao terceiro trimestre do ano (3TRI23), com preço-alvo de R$ 66. De acordo com o banco de investimentos, os resultados ficaram um pouco abaixo do consenso, mas o lucro se alinhou com o que os dados do Banco Central de julho a agosto indicavam.
De acordo com o relatório do BTG, a margem financeira melhorou novamente, indicando um importante “carrego”, enquanto as receitas de prestação de serviço superaram as estimativas do banco de investimentos. O índice de eficiência também foi considerado melhor, apesar dos custos operacionais ligeiramente maiores.
“As maiores provisões de crédito decorreram do efeito AMER (aproximadamente R$ 500 milhões) o que não foi antecipado. Sem isso, o BB teria divulgado resultados acima do esperado”, relatou o BTG, referindo-se à dívida da Americanas (AMER3).
Entretanto, o BTG explica que outras receitas e despesas operacionais, além da provisão de crédito adicional, levaram os resultados a ficarem ligeiramente abaixo das expectativas. “Contudo, acreditamos que a dinâmica do quarto trimestre é favorável e deverá levar a melhores resultados no encerramento do ano”, diz trecho do relatório.

Banco do Brasil (BBAS3): provisões brutas ficam acima do esperado
O relatório diz ainda que as provisões brutas foram 9,5% acima do estimado, atingindo R$ 9,2 bilhões refletindo principalmente uma provisão adicional para Americanas, que passou do risco G (70%) risco H (100%), com impacto no EBT de aproximadamente R$500 milhões. “Excluindo esse efeito, as provisões brutas ficariam 3% acima do estimado ( 2% t/t; 35% a/a) atingindo R$ 8,6 bilhões”, completa o relatório.
As provisões expandidas (líquidas da recuperação de créditos) totalizaram R$ 7,5 bilhões, ou R$ 20,5 bilhões no acumulado do ano o que, de acordo com o BTG, significa que o quarto trimestre precisará chegar a R$ 6,5 bilhões para atingir o limite superior da projeção do Banco do Brasil para o exercício de 2023 para as provisões de crédito ampliadas (R$ 23 bilhões a 27 bilhões).
“A boa notícia é que não há mais efeitos de perda de crédito de AMER contratado, portanto os R$ 500 milhões podem ser vistos como algo pontual. Excluindo esse efeito, o BB teria apresentado um lucro melhor”, relatou outro trecho do relatório.
Expectativa de melhores resultados com juros baixos
O relatório do BTG reporta ainda que, durante uma conferência de CEOs, em Nova York, nos Estados Unidos, o Banco do Brasil já havia apresentado uma visão mais otimista sobre spreads e margem financeira.
“Esperamos que uma taxa Selic mais baixa beneficie o banco no curto prazo, e a administração estima um crescimento dos empréstimos acima da carteira de títulos nos próximos 6 a 18 meses”, diz trecho do documento.
Segundo o BTG, esta dinâmica deverá permitir que a margem financeira cresça em linha com a carteira de empréstimos em 2024, superando as expectativas do consenso e conduzindo potencialmente a um crescimento do lucro por ação de ‘um dígito alto’, enquanto o consenso de mercado espera lucros estáveis.
Balanço no 3TRI23
O banco estatal reportou lucro líquido ajustado de R$ 8,785 bilhões no terceiro trimestre de 2023, alta de 4,5% na comparação com o mesmo período de 2022, quando o lucro líquido foi de R$ 8,403 bilhões.
O lucro líquido acumulado dos nove primeiros meses de 2023 registrado pelo banco é de R$ 26,119 bilhões, alta de 14% em relação ao apurado de janeiro a setembro do ano passado, de R$ 22,903 bilhões, segundo informou o balanço do Banco do Brasil (BBAS3).