A Bombril, fabricante das famosas esponjas de palha de aço, cujo bordão, “produto com mil e uma utilidades”, entrou com pedido de recuperação judicial, devido ao impacto de dívidas tributárias que somam aproximadamente R$ 2,3 bilhões.
De acordo com a companhia, o principal fator para a decisão foram processos judiciais relacionados a autuações da Receita Federal. As cobranças envolvem tributos não pagos em operações de aquisição de títulos de dívida estrangeiros (T-Bills), realizadas entre 1998 e 2001, período em que a Bombril estava sob controle do grupo italiano Cragnotti & Partners.
Segundo a empresa, uma decisão judicial recente desfavorável aumentou significativamente os riscos financeiros da companhia, impactando sua capacidade de pagamento e podendo levar à reavaliação de sua credibilidade junto a fornecedores e financiadores.
Bombril pede recuperação judicial com objetivo de manter operações
Com a recuperação judicial, a Bombril pretende organizar um processo de renegociação com credores, manter suas operações e proteger seu caixa. A administração destaca que a medida permitirá uma reestruturação sustentável do passivo e minimizará impactos aos credores e parceiros comerciais.
Nos últimos trimestres, a empresa vinha obtendo resultados considerados positivos e tentando ajustar sua estrutura financeira. O Conselho de Administração convocou uma Assembleia Geral Extraordinária para debater o tema junto aos acionistas e traçar um plano que seja mais adequado à companhia.
Bombril e a TV
A marca ficou conhecida na memória afetiva de grande parte dos brasileiros com a propaganda de TV veiculada desde 1978, com o ator Carlos Moreno, aparecendo por trás de uma bancada destacando as qualidades do produto. Moreno teve sua imagem associada à esponja de aço e trabalhou com a empresa ao longo de 40 anos, até ter o contrato rescindido em 2018.
A propaganda, conhecida como “O garoto Bombril”, foi criada pelo publicitário Washington Olivetto, falecido em 2024.
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