A divulgação do balanço do Banco do Brasil (BBAS3) no 4TRI22 fez o BTG Pactual (BPAC11) atualizar o rating para recomendação de compra para as ações do banco estatal. Isto porque o banco de investimentos considerou os dados trimestrais como mais forte do que o esperado.
Além disso, reportou um guidance para 2022 que implicava em um lucro de aproximadamente R$ 24,5 bilhões, que na época estava 18% acima do consenso. “Depois de um ano, o banco novamente registrou um resultado trimestral recorde. O lucro líquido foi de R$ 9 bilhões (ROE de 22,5%) no 4T22, alta de 8% t/t e 52% a/a, 8% e 11% acima de nós e do consenso”, avaliou o BTG.
Nos últimos meses, o banco de investimento tem reiterado a visão positiva sobre o BB, apesar da deterioração das condições macro, fiscais e políticas. O relatório informa que o BTG entende a preocupação dos investidores com o BB devido à mudança de governo e ao possível retorno de algumas das antigas políticas que se mostraram bastante negativas para as empresas estatais.
“Sentimos que os investidores estão sempre procurando um motivo para não comprar (o mais novo é que a companhia não deveria gerar um lucro tão forte no cenário atual). Mas, como sinalizado em muitos de nossos relatórios, acreditamos que o BB tem seus ‘anticorpos’. Os investidores parecem estar precificando uma deterioração do ROE mais rápida/forte do que estimamos”, avaliou o BTG.
Balanço do Banco do Brasil (BBAS3) no 4TRI22: carteira de crédito está mais defensiva
Ainda que as coisas eventualmente piorem, o ponto de partida é considerado muito bom pelo BTG: o balanço do BB está forte (capital bem melhor do que no passado), tem uma carteira de crédito mais defensiva (que cresceu menos que seus pares nos últimos 5 anos), e ainda é uma ação que o mercado “deixa de lado” com um carrego muito positivo no curto prazo.
Há exatamente um ano, o banco de investimentos já havia atualizado sua recomendação das ações do BB para compra depois que ele reportou um lucro líquido muito mais forte do que o esperado no 4TRI21 e, mais importante, um guidance para 2022 que implicava em um lucro de R$ 24,5 bilhões, que na época estava 18% acima do consenso.
Depois de um ano, o fenômeno se repete: o banco novamente registrou um resultado trimestral recorde. O lucro líquido foi de R$ 9 bilhões (ROE de 22,5%), sendo 11% acima da projeção do BTG e do consenso.
Assim, o lucro líquido ajustado para o ano completo de 2022 atingiu R$ 31,8 bilhões, sendo 3% acima do Itaú- Unibanco (ITUB4) e 30% acima do guidance considerado inicial.
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Além disso, apoiado por uma receita líquida muito forte, o guidance para 2023 indica um lucro líquido de aproximadamente R$ 35 bilhões, 10% acima das estimativas do BTG bem como do consenso.
“Se entregue, isso significaria que o BBAS3 ainda está sendo negociado a um preço muito baixo de 3,3x P/L 23, com um dividend yield de 12%. Entendemos os riscos para a tese, mas acreditamos que a ação ainda está muito barata para ser ignorada e, portanto, reiteramos nossa compra”, avaliou o BTG.
Provisões de 50% para Americanas (AMER3)
Ainda de acordo com o relatório, a margem financeira bruta foi novamente o grande destaque positivo do trimestre, subindo 8% frente o trimestre anterior e 41% ante o mesmo período do ano anterior, sendo ainda e 5% acima da projeção BTG. Como resultado, a margem total cresceu 23% em 2022. Com volumes mais fortes e reavaliação contínua do portfólio, a margem financeira bruta relacionada a carteira de crédito cresceu fortes 7%.
Ajudados pelos juros mais altos dos títulos de renda fixa atrelados à taxa Selic, as receitas de tesouraria foram novamente muito fortes (alta de 8% frente ao trimestre anterior e 140% ante o mesmo período do ano anterior). A carteira de crédito ficou um pouco abaixo do esperado, com alta de 3,5% t/t e 14% a/a, impulsionada principalmente por crédito rural – alta de 8% – e crédito consignado – elevação de 1,6%.
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“Enquanto isso, cartões de crédito (5% t/t) e crédito pessoal não consignado (estáveis t/t) desaceleraram. Desta vez, as provisões ficaram 18% acima de nossa estimativa (29% t/t; 56% a/a) para R$ 8,2 bilhões, refletindo maior custo de crédito no segmento de varejo e provisões relacionadas a AMER (50% de exposição total, ou R$ 788 milhões antes dos impostos). As provisões brutas encerraram 2022 em R$ 23,5 bilhões, alta de 32% a/a”, aponta outro trecho do relatório.
Confira o balanço do Banco do Brasil (BBAS3) no 4TRI22
O balanço do Banco do Brasil (BBAS3) no 4TRI22 revelou um lucro líquido ajustado de R$ 9 bilhões. Esse resultado é 52,4% acima do registrado no 4TRI21. No acumulado de 2022, o lucro líquido ajustado foi de R$ 31,8 bilhões, sendo 51,3% maior do que o obtido em todo o ano anterior.
Segundo o banco, o resultado foi alicerçado no crescimento responsável da carteira de crédito, com inadimplência controlada, no fortalecimento da geração e diversificação de receitas e na disciplina na gestão de custos, tudo isso somado a uma sólida estrutura de capital. Nos destaques patrimoniais, os ativos totais fecharam 2022 acima de R$ 2 trilhões.
O balanço do Banco do Brasil (BBAS3) no 4TRI22 mostrou ainda que o banco provisionou metade do valor devido pela Americanas (AMER3) à instituição, que totaliza algo em torno de R$ 788 milhões. No total, a rede varejista deve ao banco aproximadamente R$ 1,4 bilhão.
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