A EQI Research divulgou sua Carteira Recomendada de Dividendos para o mês de setembro, promovendo alterações em relação a agosto.
A Vale (VALE3), que detinha 5% de participação, agora deixa de vez a carteira recomendada. Segundo a EQI Research, há duas razões para a remoção.
A primeira é o recente pagamento de dividendos no montante de R$ 2,09 por ação (3,5% de retorno, na data ex), com próximo pagamento previsto apenas para o primeiro semestre de 2025.
A segunda, e mais importante, é que a casa de análise segue com preocupação crescente quanto ao estado de saúde da economia chinesa e com a demanda por minério de ferro.
“Vários indicadores de nível de atividade industrial e, mais especificamente siderúrgica, têm mostrado enfraquecimento adicional, mês a mês. Os preços da commodity vêm caindo e isso se refletirá nos resultados da empresa nos próximos trimestres e em sua capacidade de distribuir dividendos. A combinação de fraca demanda e maior oferta sazonal não nos permite, neste momento, ser otimistas com o minério de ferro e, por consequência, com VALE3”, aponta o relatório.
No lugar da Vale, a EQI Research aumentou a exposição a Itaú (ITUB4), que passa a responder por 20% da carteira.
“Cremos que os resultados ao longo do segundo semestre continuarão robustos e que o banco continuará a gerar mais capital do que o necessário para seu apetite a risco. Esperamos que o Itaú pague dividendos extraordinários ao fim deste ano ou início de 2025. De fato, o setor bancário tem peso reforçado em nossa carteira, com 40% somando os pesos de Itaú, Banco do Brasil e Bradesco”, dizem ao analistas.
Carteira Recomendada de Dividendos de setembro
Veja abaixo a relação completa das ações recomendadas de dividendos da EQI Research:
Quando as ações pagam dividendos?
Confira, no calendário estimado abaixo, quando as empresas da carteira recomendada devem pagar proventos e os valores correspondentes.
Expectativas de dividendos por ação
A relação de 8 melhores ações de dividendos da EQI Research traz as seguintes justificativas para a escolha de cada ativo:
Petrobras
A PETR4 tem distribuição trimestral de dividendos. Apesar da volatilidade de curto prazo que ruídos políticos sempre causam na ação, a EQI Research destaca a “fortaleza financeira da empresa, realidade pouco mutável no curto prazo”. A Petrobras continua a ter geração de caixa operacional firme, preços de petróleo ainda atraentes e investimentos contidos.
“Estimamos retorno com dividendos entre 15% e 20% nos próximos doze meses. Como costumamos dizer, os investidores serão bem remunerados para tolerar desaforos políticos no futuro visível, portanto, PETR4 continua com lugar de destaque nesta carteira”.
Banco do Brasil
BBAS3 tem distribuição trimestral de dividendos. A EQI Research espera outro ano bom para o BB em termos de resultado operacional. “Com uma política de dividendos bem estabelecida há anos, que previa a distribuição de 40% dos lucros, agora turbinada para 45%, vemos baixo risco de decepções”.
CPFL
CPFE3 tem distribuição semestral de dividendos. A empresa de energia tem foco no segmento de distribuição. Apresenta um endividamento baixo para o setor, com uma relação dívida líquida/EBITDA de apenas 1,87x, e uma grande geração de caixa devido às concessões maduras e baixos índices de inadimplência.
Brasil Seguridade
BBSE3 tem distribuição semestral de dividendos. “Negócio estável, defensivo e resiliente, com geração de caixa forte e ampla distribuição de resultados aos acionistas. Ação clássica em qualquer carteira de dividendos, tem ainda o benefício de ter acesso à capilaridade ímpar do Banco do Brasil para distribuir seus produtos. Estimamos retorno de dividendos de 9,9% em 2024”.
Itaú
ITUB4 tem distribuição mensal de dividendos. “Itaú é um porto seguro, sendo um dos negócios mais tradicionais e rentáveis do Brasil. Soube navegar águas turbulentas recentemente. Olhando adiante, terá um 2024 com expansão razoável de lucros. Estimamos retorno de dividendos de 7,9% nos próximos 12 meses, o que, aliado à previsibilidade/segurança que temos sobre o negócio, o transforma em presença quase obrigatória em nossa seleção de dividendos”.
Bradesco
BBDC4 tem distribuição mensal de dividendos. O banco vem de um período ruim, com baixa rentabilidade versus os principais concorrentes. “Levará anos até que o Bradesco retome sua melhor forma, se conseguir. Porém, o pior parece já ter ficado para trás. De todo modo, isso não é novidade e vemos o papel bem precificado atualmente. Com regularidade mensal no pagamento de juros sobre o capital e retorno de dividendos (dividend yield) estimado de 6,4% em 2024, BBDC4 tem seu lugar ao Sol em nossa carteira”, diz a research.
Tegma
TGMA3 tem distribuição em maio, agosto e novembro. A Tegma é a maior empresa de logística automobilística do país, transportando veículos entre as fábricas e as concessionárias. “É uma notória geradora de caixa. Tem distribuído cerca de 70% do seu lucro líquido todos os anos, mas poderia distribuir bem mais (há tempos é caixa líquido, no montante de R$ 130 milhões). Estimamos que nos próximos doze meses o retorno de dividendos será de 7,7%”.
Isa Cteep
TRPL4 tem distribuição semestral de dividendos. Líder em transmissão de energia, com uma participação de mercado de aproximadamente 30% no Brasil. Com ativos em dezoito estados do país, deriva da extinta Companhia Energética de São Paulo (CESP). A companhia tem tradição em distribuição de dividendos devido à natureza do negócio. “Estimamos um dividend yield de 7,8% nos próximos 12 meses, considerando a política estabelecida de distribuição de no mínimo 75% do seu lucro líquido regulatório”, conclui a casa de análise.
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Por que seguir a carteira recomendada de dividendos de setembro?
Usar uma carteira recomendada de uma casa de análise é uma estratégia interessante porque essas carteiras são elaboradas por especialistas que monitoram e analisam o mercado constantemente. Eles levam em conta diversos fatores, como tendências econômicas, desempenho das empresas, riscos, e oportunidades de crescimento.
Assim, seguir essas recomendações pode ajudar investidores, especialmente os que têm menos tempo ou conhecimento para fazer análises profundas, a diversificar seus investimentos e a tomar decisões mais embasadas. Além disso, isso pode reduzir o risco de erros e aumentar as chances de atingir bons retornos no longo prazo.
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