Segundo o Janus Henderson Global Dividend Index, levantamento da gestora britânica Janus Henderson, o segundo trimestre de 2024 foi excepcional para investidores focados em dividendos.
Os dividendos globais atingiram um valor recorde de US$ 606,1 bilhões, com um crescimento em termos nominais de 5,8%, alcançando um recorde histórico.
O crescimento subjacente, de 8,2%, levou em conta o impacto das taxas de câmbio, em particular o enfraquecimento do iene.
92% das empresas aumentaram ou mantiveram dividendos
Globalmente, 92% das empresas aumentaram ou mantiveram seus dividendos, com um terço dos setores registrando crescimento de dois dígitos, enquanto apenas três setores tiveram quedas.
Os bancos continuaram a ser os maiores impulsionadores de dividendos, representando um terço do aumento em relação ao ano anterior, especialmente na Europa. As seguradoras, fabricantes de veículos e empresas de telecomunicações também contribuíram de forma significativa.
Jane Shoemake, gerente de portfólio da Janus Henderson, comentou que as expectativas para o segundo trimestre foram superadas, destacando a força da Europa, EUA, Canadá e Japão.
A economia global, de forma geral, suportou bem o impacto das taxas de juros mais altas, com inflação desacelerada e crescimento econômico melhor que o previsto. Isso beneficiou o setor bancário, que aproveitou margens sólidas e uma baixa redução de crédito, gerando mais caixa para dividendos.
Ela também destacou que o início dos dividendos por empresas como Meta, Alphabet e Alibaba impulsionou o crescimento global em 1,1 ponto percentual e sinaliza uma tendência de maturidade dessas empresas. Além disso, essa movimentação poderá encorajar outras companhias a seguir o mesmo caminho, ampliando o apelo aos investidores focados em dividendos.
Dividendos nos mercados emergentes
Nos mercados emergentes, os dividendos totalizaram US$ 42,4 bilhões, um aumento de 18,4%. Colômbia, Brasil e Tailândia se destacaram, impulsionados por empresas petrolíferas.
A brasileira Petrobras foi a 13ª maior pagadora de dividendos em todo o mundo no segundo trimestre deste ano. No mesmo período do ano passado, a estatal não estava na lista das 20 maiores pagadoras.
A pesquisa também aponta que os dividendos pagos por empresas brasileiras tiveram aumento de 30,23% entre abril junho de 2024 na comparação com o mesmo intervalo do ano passado, subindo de US$ 4,3 bilhões para US$ 5,6 bilhões.
Europa
Na Europa, o segundo trimestre foi o mais forte sazonalmente. Os pagamentos somaram US$ 204,6 bilhões, um recorde histórico, com crescimento de 7,7% em relação ao ano anterior. França, Itália, Suíça e Espanha tiveram recordes de dividendos, sendo que mais de metade do crescimento europeu veio dos bancos, favorecidos pelas taxas de juros mais altas. A Alemanha, por outro lado, teve uma queda de 1,2%, devido ao corte significativo da Bayer.
EUA impulsionados por techs
Nos EUA, os dividendos cresceram 8,6%, com destaque para a Meta e a Alphabet, que contribuíram significativamente ao pagarem seus primeiros dividendos.
Japão
O Japão também registrou um aumento subjacente, apesar do impacto da taxa de câmbio. A Toyota Motor foi a maior responsável pelo crescimento, graças aos seus lucros recordes. Em outras partes da Ásia-Pacífico, os dividendos foram estáveis em Hong Kong, mas caíram na Austrália devido a cortes da Woodside Energy. Cingapura, Taiwan e Coreia do Sul apresentaram crescimento de dois dígitos.
Expectativa de US$ 1,74 trilhão em dividendos até o final do ano
Após o forte desempenho do segundo trimestre, a Janus Henderson atualizou sua previsão de dividendos globais para 2024. A nova expectativa é que o total distribuído atinja US$ 1,74 trilhão, um aumento de 6,4% em relação a 2023, acima dos 5% previstos no primeiro trimestre. Quais foram as 20 empresas que mais pagaram dividendos no segundo trimestre.
As 20 maiores pagadoras de dividendos do mundo
Confira as 20 empresas que mais pagaram dividendos no segundo trimestre, o código de negociação da ação e o ticker do BDR (Brazilian Depositary Receipt), negociado diretamente na B3, bolsa brasileira.
