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Americanas (AMER3) pede recuperação judicial nos EUA em busca de blindagem

Americanas (AMER3) pede recuperação judicial nos EUA em busca de blindagem

A Americanas (AMER3) entrou com pedido de recuperação judicial nos EUA, segundo agências de notícias internacionais.

O que a varejista pretende, com isso, é se blindar ainda mais contra seus credores que, sendo a maioria bancos, estão promovendo uma “guerra” de liminares acerca de valores em depósito, dívidas relacionadas a investimentos e outros recursos.

Para se ter ideia, a rede de lojas divulgou lista de credores, ontem, sendo que entre os bancos que mantinham operações com a varejista, estão:

  • BTG: R$ 3,5 bilhões;
  • Deutsche Bank: R$ 5,2 bilhões (questionou seu nome nesta lista);
  • Bradesco: R$ 4,8 bilhões;
  • Santander: R$ 3,6 bilhões;
  • Banco Votorantim: R$ 3,2 bilhões (questionou seu nome nesta lista);
  • Safra: R$ 2,5 bilhões;
  • Itaú: R$ 2,9 bilhões;
  • Banco do Brasil: R$ 1,3 bilhão;
  • Caixa: 501 milhões;
  • BNDES: R$ 276 milhões.

Vale destacar que a lista foi divulgada pela manhã e à tarde já circulava a informação de que a relação estava defasada, inclusive com dois bancos questionando os dados fornecidos, sendo Deutsche Bank e BV.

Em se tratando da RJ nos EUA, o pedido é do tipo “Chapter 15”, que prevê recuperação em colaboração com Justiça de outro país.

Imagem mostra um vagão de metrô chegando à estação em NY.

Americanas (AMER3): RJ nos EUA

O pedido de recuperação judicial, quando aceito pela justiça, possibilita que a companhia mantenha suas operações, proteja seu caixa e consiga negociar com os credores sem que estes avancem sobre seu patrimônio de forma extemporânea.

E é isso o que a Americanas quer, visto que há investidores pessoa física lá fora que estão se organizando para processar a rede em grupo para, desta forma, ganhar vez e voz junto à empresa.

A Americanas também quer se proteger dos próprios bancos brasileiros que já se articulam para processar a companhia em várias frentes, inclusive nos EUA, como é o caso do Bradesco (BBDC4).

Acontece que o Banco da Cidade de Deus estuda a viabilidade de acionar judicialmente a varejista tanto nos EUA quanto na Europa, arrolando no processo, inclusive, seus administradores.

A instituição financeira já foi à Justiça no Brasil para que os acionistas de referência, os bilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, deponham sobre o rombo no balanço da companhia.

Em relação ao Brasil, BTG (BPAC11), Santander (SANB11), Itaú (ITUB4) e Banco BV são instituições que já entraram na justiça contra a Americanas.

BTG obtém nova vitória

Ontem o ministro Og Fernandes, vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidiu suspender decisão da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro que havia determinado a reversão imediata ao patrimônio da Americanas de valores que haviam sido compensados por um dos bancos credores, o BTG Pactual (BPAC11), em razão de dívidas.

Diante disso, o ministro decidiu que o montante de R$ 1,2 bilhão permaneça bloqueado pelo banco de investimentos. Mais cedo, a justiça havia dado ganho à varejista, desbloqueando esses recursos.

Na decisão, o ministro considerou, entre outros fundamentos, a possibilidade de que a reversão dos valores comprometa a análise futura de conflito de competência entre a vara empresarial e a Justiça arbitral, tendo em vista que, no acordo de compensação, havia a previsão de que eventuais litígios entre as partes deveriam ser resolvidos por meio da arbitragem.

Provisionamento de bancos

Outro efeito decorrente da suposta fraude contábil na Americanas que recai sobre as instituições financeiras diz respeito ao provisionamento que os bancos terão que fazer para reforçarem suas operações.

Isso porque os bancos credores estudam reforçar as provisões decorrentes do caso já nos balanços do último quarto trimestre, mesmo que a companhia tenha informado os problemas contábeis em janeiro.

O Credit Suisse, por exemplo, emitiu relatório tratando disso, onde escreve que os modelos do banco assumem essas provisões no 1TRI de 2023, mas não excluem que os bancos as dividam e iniciem no balanço do 4TRI22. “Em recuperações judiciais, os créditos envolvidos não são considerados inadimplentes, mas é comum que os bancos façam provisões antevendo uma maior dificuldade para recuperar os valores. Essas provisões costumam ser de mais ou menos 50% dos valores envolvidos”, destacou.

O caso

O rombo financeiro que se vê na Americanas foi denunciado dia 11 de janeiro de 2023 quando o ex-CEO Sergio Rial trouxe à luz inconsistências contábeis da ordem de R$ 20 bilhões. Por conta disso, ele renunciou ao cargo após tê-lo assumido dez dias antes.

Menos de 48h depois, a companhia anunciou dívidas totais acima dos R$ 40 bilhões e, nesse interim, viu suas ações derreterem na bolsa de valores do Brasil – B3 (B3SA3), pela qual chegou a perder R$ 8 bilhões de valor de mercado.

Mais à frente, foi retirada de todos os índices da bolsa, incluindo o Ibovespa.

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